Mafra | Já há empresa para instalação do Museu Nacional da Música no Palácio Nacional de Mafra

 

O Museu Nacional da Música encontra-se atualmente instalado na estação de metro Alto dos Moinhos, mas o protocolo estabelecido entre aquele museu e o Metropolitano de Lisboa já terminou, por isso, o museu procurou por novas instalações, que acabou por encontrar no Palácio Nacional de Mafra.

Em 2019, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e o Município de Mafra assinaram um protocolo de colaboração para a instalação do Museu Nacional da Música no Palácio Nacional de Mafra.

Depois da fase de elaboração do projeto, chegou agora o momento de partir para a execução da obra. A abertura do Concurso Público para execução da empreitada referente à “Instalação do Museu Nacional da Música no Palácio Nacional de Mafra” foi aprovada em reunião de câmara no passado mês de setembro. O preço base do concurso público tinha então o valor de 5.138.086,00 € (cinco milhões, cento e trinta e oito mil e oitenta e seis euros), acrescido de IVA à taxa legal em vigor e o prazo de execução da obra de 365 dias.

O concurso público abriu no início de outubro, mas devido a um erro num dos ficheiros do processo, o mesmo foi anulado e um novo concurso foi lançado.

Na próxima reunião, o executivo camarário irá discutir a “formação de contrato de empreitada referente à “Instalação do Museu Nacional da MúsicaAdjudicação”.

Segundo os documentos a que o Jornal de Mafra teve acesso, o relatório final do júri do concurso dita que a obra deverá ser adjudicada à empresa Teixeira, Pinto & Soares, S.A. (empresa de Amarante), pelo valor de 5.557.554,43 € (cinco milhões, quinhentos e cinquenta e sete mil, quinhentos e cinquenta e quatro euros e quarenta e três cêntimos), acrescido do valor do IVA, à taxa legal em vigor.

Segundo o relatório preliminar, apresentaram propostas completas, três empresas, e a classificação final destas empresas ficou assim estabelecida:

(Imagem do relatório preliminar)

Depois de assinado, o contrato carece de visto do Tribunal de Contas pelo que apenas irá produzir efeitos após receber o visto.

 



Mas afinal onde vai ficar e como vai ser o Museu Nacional da Música (MNM)?

Na análise da instalação do MNM no Palácio de Mafra enumeraram-se os principais aspetos positivos e negativos desta instalação.
Aspetos positivos:
– a dignidade do imóvel;
– a morfologia dos espaços – áreas, pés-direitos e interrelacionamento das salas;
– uma área útil disponível global superior a 3.000 m2;
– a possibilidade de usufruir de equipamentos já existentes, em regime de partilha, quer dentro da DGPC, quer com outras instituições – loja, acolhimento do público ou outros espaços;
– a grande inércia térmica do imóvel, particularmente nas salas da fachada virada a norte;
– a existência de estacionamento para os visitantes;
– a recente valorização da envolvente.

Aspetos negativos:
– a pouca flexibilidade de articulação entre espaços, ou seja, a forte limitação de alterar a sua morfologia devido ao valor patrimonial do imóvel, implicando a necessidade de ajustamento do programa funcional aos espaços existentes;
– as dificuldades de instalação de condutas de AVAC (climatização) nas salas de exposição;
– a grande volumetria das salas. Para controlar os gastos de energia com a climatização e considerando as dificuldades do ponto anterior, deverão ser encontradas soluções mínimas de conforto e de estabilidade da humidade relativa. Salienta-se a necessidade de ter condições ambientais idênticas dentro e fora das vitrinas.

O atual plano prevê a instalação do MNM  no “andar nobre da ala Norte do Palácio, em espaços anteriormente ocupados pela Escola Prática de Infantaria” o que permitirá a “criação de uma unidade museológica com funcionamento autónomo relativamente às outras entidades que ocupam este conjunto monumental”.

A entrada para o Museu da Música será efetuada pela mesma porta principal de entrada no Palácio irá contar com uma segunda entrada, situada na fachada norte, que servirá para serviço do museu, e poderá ser utilizada como acesso para eventos ou para entrada de grupos organizados.

O museu irá ocupar três níveis diferentes do edifício: a cave, o piso térreo e o andar nobre.

Na Cave devem ser instaladas as reservas, expurgo, oficinas de conservação e espaços técnicos.

No Piso térreo deve situar-se o acolhimento ao público, onde se inclui um espaço para introdução do museu aos visitantes e uma cafetaria. A bilheteira, a loja, instalações sanitárias e outros espaços para apoio técnico, nomeadamente segurança, serão partilhadas entre o Museu e o Palácio.
No Andar Nobre devem localizar-se as salas de exposição permanente, e de exposição temporária, um espaço polivalente que funcionará como auditório para concertos de música de
câmara; uma sala para serviço educativo; gabinetes técnicos e da Direção; instalações sanitárias e espaços técnicos e de apoio.
As salas do MNM vão situar-se entre o torreão norte e o topo nascente da ala (excetuando-se a Sala do Trono e a capela militar); conjunto de salas compreendidas entre o topo norte e a Biblioteca.

As intervenções necessárias para a instalação do MNM no PNM, vão ocorrer “apenas ao nível do interior do edificado e essencialmente de conservação e restauro, devendo a intervenção de remodelação ser restringida à absoluta necessidade de adaptação de espaços às funções exigidas, obras de conservação, nomeadamente no que respeita a vãos de madeira interiores e exteriores e acabamentos”.

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