Na esquina entre a Praça da República e o Terreiro D. João V, frente à entrada da Basílica do Palácio Nacional de Mafra está um prédio destelhado, tudo levando a crer que tenha ocorrido ou estivesse em risco de ocorrer uma nova derrocada de uma parte do telhado do edifício devoluto onde funcionou a Pastelaria Convento.
Não é a primeira vez que ocorre uma situação deste tipo no telhado daquele edifício fronteiro ao tão, e bem, celebrado Palácio Nacional de Mafra. A reparação a que se procedeu anteriormente foi “à portuguesa”, não tendo sido então considerada a nobreza do local, assegurando-se de que tal não voltaria a correr o risco de ocorrer. Desta vez, a brecha é bem mais extensa, como a imagem documenta. O passeio está parcialmente vedado, mas neste tempo de invernia ainda não são visíveis obras de reparação.
O centro da vila de Mafra, para além das pequenas operações de maquilhagem de que tem sido alvo – recordemos o estado de degradação em que encontrava o edifício que se situa no Largo Conde Ferreira, cujo 1.º andar também está desocupado, ou a queda de uma estátua para o passeio, no mesmo largo, mas perto da Rua Detrás dos Quintais – aguarda uma urgente intervenção global, que o reabilite.
A degradação urbana do centro da vila estende-se à Av. das Forças Armadas, porta de entrada de muitos daqueles que visitam a vila e o palácio, atingindo também o casco antigo do centro, na zona da R. do Poço e limítrofes, bem como do outro lado do Terreiro, da Rua Moreira até ao gaveto com o Terreiro D. João V.
Por outro lado, a já degradada pintura do Palácio Nacional de Mafra, as marcas de poluição que as suas pedras denotam, o emaranhado de cabos de telecomunicações visíveis ao longo de todo o Terreiro fronteiro ao palácio, as já muito desbotadas pinturas de uma grande parte dos edifícios que constituem o casco antigo da vila e a falta de regra estética dos anúncios das lojas que por ali exercem a sua atividade comercial, em conjunto com a patente degradação urbana acima descrita, são algumas das mazelas que gritam por atenção na área de proteção do tão badalado e celebrado Palácio Nacional de Mafra, alcandorado, e bem, a Património Mundial da UNESCO, principal (e quase único) cartão de visita da vila de Mafra.
Artigo atualizado em 8 de fevereiro de 2021 às 22:48
