Homem acusado de 14 crimes de incêndio na região Oeste

Incêndio

Homem acusado de 14 crimes de incêndio na região Oeste (um deles em Torres Vedras)

 

Um homem de 31 anos, trabalhador da construção civil, residente no concelho do Cadaval, foi acusado pelo Ministério Público (MP) de 14 crimes de incêndio ocorridos no verão passado, um deles no concelho de Torres Vedras.

Os crimes terão sido comedidos nas deslocações entre casa e o trabalho, e segundo o MP, o homem “planeou tal forma a ignição do fogo” que utilizava artefactos preparados para retardarem a ignição e deste modo sabia que quando o incêndio deflagrasse este “já não se encontraria no local“.

Estes incêndios, consumiram uma área total de 7 hectares, alguns de povoamento florestal,  e “colocaram em perigo mato, armazéns e habitações próximas, a si alheios, de valor não concretamente apurado (…) os quais apenas não foram consumidos pelo fogo devido à rápida intervenção dos bombeiros e populares”.

Os 14 crimes de incêndio, por fogos postos, nos quais está acusado, na sua maioria na Serra do Montejunto, no concelho do Cadaval, são os seguintes:

  • 26 de julho: Outeiro da Cabeça (Torres Vedras)
  • 27 e 28 de julho: Peral (Cadaval)
  • 31 de julho: Figueiroa e Alguber (Cadaval)
  • 4 de agosto: Alguber (Cadaval)
  • 5 de agosto: eucaliptal junto à Estrada Nacional 366 (Cadaval)
  • 7 de agosto: Casal Caniço e Cercal (Cadaval)
  • 11 e 12 de agosto: Sobrena (Cadaval)
  • 16 de agosto: Alguber (Cadaval)

O MP não provou a autoria nos incêndios de 3 de agosto, na Póvoa, nem de 12 de julho na Espinheira, ambos no concelho do Cadaval.

Durante vários meses sob investigação, o homem foi detido pela Polícia Judiciária, em flagrante delito, a 16 de agosto de 2023. O arguido, sem antecedentes criminais, tinha no interior do carro em que circulava materiais usados na construção dos artefactos. Detido desde essa altura, o homem “agia sem quaisquer interesses económicos”, apenas por “motivos de natureza fútil”.

O MP refere ainda que o homem está também acusado de 11 crimes de condução sem habilitação legal.

Em 2023, 101 pessoas foram detidas e 915 foram identificadas pelas autoridades por crimes de fogo posto.

Paisagem Protegida da Serra de Montejunto

A Paisagem Protegida da Serra de Montejunto localiza-se nos concelhos de Alenquer e do Cadaval e está classificada como paisagem protegida desde 1999.

Constitui um repositório de vegetação natural de importância nacional, para além do interesse de ordem geológica, traduzido nos afloramentos rochosos, que proporcionam aspetos de grande interesse paisagístico, encenando panorâmicas de grande beleza natural, sendo, na sua totalidade um património nacional a preservar.

Com 4847 hectares de área, aqui nidificam cerca de 75 espécies, sendo que 10 são consideradas ameaçadas pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.

Leia também