Estivemos hoje à conversa com o pintor Alonso Fernandes. A conversa teve por pretexto, a exposição “Ericeira, Mar e Terra”, que o artista tem patente no Foyer da Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, na Ericeira.
Homem com uma vida vivida, coisa que, muitas vezes, a muitos de nós, nem a idade dá, Alonso Fernandes empenhou na conversa a mesma verdade que está plasmada na sua pintura, a mesma verdade que lhe sai do pincel quando este se encontra com a paleta, a mesma visão da verdade que a vida lhe deu.
Quando olhamos para as telas, aquele perece-nos um universo impressionista, há cor, há mancha, há pranchas de surf, há surfistas e há, claro está, mar; mas as figuras não têm feições definidas, e as gotas de água estão lá, mas nunca o são verdadeiramente. O pintor, a quem a vista vem faltando, refugiou a sua arte neste mundo impressionista, um mundo só das telas, um mundo que, no fundo, não o é, provando que, muitas vezes, quanto menos vemos o mundo, melhor o compreendemos, melhor lhe tomamos o pulso, melhor lhe sorvemos a alma na ponta do pincel.
Um autentico prazer foi aquilo que trouxemos desta exposição, o prazer da arte e o prazer da conversa. Para variar, é bom trocar ideias com alguém que preza a verdade, a verdade da vida e a verdade da arte, se soubermos olhar a direito para as telas.
Exposição patente até: 11 de Fevereiro 2018
Local: Ericeira, Foyer da Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva