Crónica de Alexandre Honrado Porque escrevo isto? Não faço a menor ideia porque escrevo. Ganhei boa parte da vida a escrever, isso é certo, mas o que será isso de ganhar a vida? Todos, sem exceção, deviam nascer com o direito reconhecido ao chão que pisam. Este planeta é o chão de todos. A cama. A casa. O lugar da fogueira. O ponto de encontro da emoção. Escrevi – e escrevo – coisas completamente disparatadas, inúteis, até sobre temas que não me interessam ou interessavam nada. É que fui…
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Crónica de Alexandre Honrado – Menos um dos nossos
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Menos um dos nossos Este parte, aquele parte e todos, todos se vão… Era uma das cantigas que ombreávamos há anos, já lá vai tanto tempo que o fio da memória tornou-se um fio de ouro muito valioso a segurar-nos o passado. Um desses fios que não parte. E todavia é tão fino, e no entanto todos partem. Os que mais amamos e os outros. Até aqueles que nos são indiferentes. E nós. Nós também partimos. Há por vezes estradas, ramais, becos no percursos por onde enfiamos…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Do abandonar ao acolher: Faz sentido ser humano nos dias de hoje?
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alexandre Honrado – Do abandonar ao acolher: Faz sentido ser humano nos dias de hoje? Do abandonar ao acolher: Faz sentido ser humano nos dias de hoje? Vivemos o tempo de ambiguidade, a começar pela forma como nos comunicamos e como erguemos muros à comunicação, escondendo-nos em grutas do incomunicável: a possibilidade de não sermos escutados, de sermos, produzirmos e partilharmos registos sem efeito, é imanente a cada momento que, de forma degradada, vivemos como ato de proximidade. Isolados somos, mas não somos…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – “Um texto inútil”
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alexandre Honrado – “Um texto inútil” Tenho aqui um livrinho, ao qual chamo assim mesmo, livrinho, pela aparente pequena dimensão, umas quantas páginas às quais o editor, com letra crescida e uns separadores, acabou por dar uma dimensão maior. Mas o seu tamanho está no que diz, nessa forma eterna que os livros têm de dizer sem remorsos o que em silêncio decretam e nos pode mudar, se tivermos essa nobreza e inteligência de ouvi-los e torná-los nossos. É um livro de Ludwig Wittgenstein,…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Ficção ou realidade?
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alexandre Honrado – Ficção ou realidade? Tenho escrito muita ficção, é um apanágio, uma sina, como agora se diz um karma, e tenho falado de ficção em mais de mil sítios, umas vezes por isto, outras por aquilo e às vezes até a propósito da mais bela coisa nenhuma. Um colega do jornalismo – repórter fotográfico que andou pelo mundo com a máquina a tiracolo, de um lado, e comigo, tantas vezes, do outro – fez-me duas perguntas que não esqueço. Infelizmente, ele já…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Fotos do matadouro
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alexandre Honrado – Fotos do matadouro O trabalho do historiador esbarra em alguns muros altos. O primeiro é capaz de ser o da sua própria formação, daquilo que manteve herdado dos seus ascendentes – dos laços de parentesco aos mestres que mais o influenciaram – e da cultura que sedimentou como sua. O olhar individual, por mais crítico e abrangente, por mais desejoso de abarcar o todo, o mundo em geral e as suas especificidades, fica prisioneiro dessa cultura que o identifica e condiciona.…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – O animal que mais falhou
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alexandre Honrado – O animal que mais falhou Um animal que falhou enquanto animal. Eis uma nova definição do ser humano. Estonteado pelas formas autofágicas de cultura, essa outra forma específica que relevou da sua capacidade de contrariar a natureza e distanciar-se dela, como se fosse dono do planeta, é agora um ser perturbado, procurando acumular valores enquanto perde os valores que o podiam resgatar. Um animal – pela definição, um ser organizado, dotado de movimento e de sensibilidade – que perdeu ou adulterou…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Chega… para lá e leva o outro
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alexandre Honrado – Chega… para lá e leva o outro CHEGA… PARA LÁ E LEVA O OUTRO Berrar, a plenos pulmões, Fascismo nunca mais! Com a tristeza de constatar que falhou o eco da velha frase O Fascismo não Passará! Falhou porque as palavras, que podem por vezes ser demolidoras, são ao mesmo tempo pequenas entidades frágeis e carentes. Falhou porque somos acomodados. Ora damos aos filhos o jogo eletrónico ora lhes negamos os livros, porque são “uma seca” e a criança…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Não me peçam silêncio
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alexandre Honrado – Não me peçam silêncio Nunca consegui escrever, ler, ou estudar, sem ruído de fundo. Preciso de janelas abertas, trânsito que chia, gente que se quer viva. Acuso-me. Não será um cérebro decente este que se exibe aos sons e se alimenta deles como um pardal faminto nas últimas pedras da calçada. Ligo “aparelhagens”. Oiço muito jazz. Tempero-me com emissões radiofónicas, onde as francesas acabam sempre por intrometer-se –, as francesas são uma tentação, pelo menos em formato radiofónico. Nesta fase a…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Em busca de Competência
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alexandre Honrado – Em busca de Competência A incompetência de Boris Johnson, Donald Trump, Jair Bolsonaro e, óbvia incompetência dos candidatos às eleições portuguesas, numa luta corpo a corpo a que, com graça, rádios e televisões chamam debates. Desfila a incompetência diante dos nossos olhos, deixa-nos atónitos, a uns, indiferentes a quase todos. O mundo está nas mãos de muito poucos. Sabemo-lo e encolhemos os ombros. É assim mesmo, deixámos que a coisa chegasse longe de mais. Ando pelas prateleiras cá de casa, tão…
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