O Presidente da República dirigiu-se aos Portugueses hoje ao início da noite, numa mensagem que reforça a necessidade de manter o confinamento.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que os números desta quinzena, em que o número de infetados e o número de mortos se reduziram significativamente, são tentadores para se defender, que “há que abrir e desconfinar o mais rápido possível. E as escolas seriam o setor mais proposto para o início dessa abertura.”. Mas, “há, porém, um outro prato na balança” no qual, o “número de internados ainda é quase o dobro do indicado por intensivistas, que estão no terreno a tratar do mais grave. O número de cuidados intensivos é mais do dobro do aconselhado, para evitar riscos de novo sufoco”.
O Presidente da República lembrou ainda, que “sabemos que por atraso na entrega de vacinas, não haverá, provavelmente, no próximo mês, mês e meio, vacinação, que garanta tudo o que se quer garantir, desde logo nas escolas. Sabemos que testar e rastrear, em escassíssimas semanas, nos termos que permitam a segurança necessária, poderá ser complicado, mesmo só para as escolas.”.
“Planear o futuro é essencial, mas desconfinar a correr por causa dos números destes dias será tão tentador quanto leviano. Até porque nós sabemos os números sobem sempre mais depressa do que descem” afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que “implica isto mais umas semanas de sacrifícios pesados e, por isso, que o Estado vá mais longe em medidas de emergência e de apoio ao futuro arranque? Implica. Mas a alternativa poderia ser ter de tomar mais tarde as mesmas medidas multiplicadas por dois ou por três”.
Marcelo Rebelo de Sousa define a Páscoa “como o marco essencial” para a estratégia que o país tem vindo a seguir, questionando mesmo “abrir sem critério antes da Páscoa, para nela fechar logo a seguir, para voltar a abrir depois dela. Quem é que levaria a sério o rigor pascal?”, assim “temos de ganhar até à Páscoa o verão e o outono deste ano.”.
O presidente terminou com uma mensagem de esperança:
“E temos a esperança – a esperança não, a certeza – de que, se formos sensatos, o pior já passou.”