Covid-19 | Portugal está na 3ª fase de crescimento sendo esperado um aumento de novos casos nos próximos dias

De acordo com Baltazar Nunes, investigador auxiliar no Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, o valor do R para o período de 9 a 13 de setembro foi de 1.15, o que “representa que a cada nova geração casos existe um aumento da incidência”,  significando que “estamos numa nova fase de crescimento dos novos casos” em todo o pais mas sobretudo nas regiões do Norte (50 dias), Centro (25 dias) e Lisboa e Vale do Tejo (24 dias) onde R já se situa acima de 1 há vários dias.

Baltazar Nunes não hesitou, “podemos referir que estamos numa 3ª fase de crescimento”.

A 1ª fase de crescimento ocorreu em março e abril (no início da epidemia), depois ocorreu uma 2ª fase de menor intensidade de crescimento, nos meses de maio e junho, nomeadamente na região de Lisboa e Vale do Tejo e estaremos agora na 3ª fase, que se iniciou durante o mês de agosto.

Segundo o especialista, a evolução desta 3ª fase vai depender muito “da efetividade das medidas de saúde pública que estão implementadas ou que estão a planear ser implementadas” – referindo-se às medidas associadas ao estado de contingência, às medidas em contexto escolar e também à “identificação dos casos, do seu seguimento e do seu isolamento”.

Ontem, no final da reunião do Gabinete de Crise, o primeiro ministro, António Costa, referiu que “estamos a sofrer um forte crescimento de novos casos diariamente” e que “a manter-se esta tendência, seguramente na próxima semana, chegaremos a 1 000 novos casos por dia“.

A ministra da Saúde sublinhou que “a vida é muito mais complexa do que apenas fechar ou confinar essa é uma das lições que todos aprendemos e está nas mãos de cada um de nós controlar a evolução da doença”, acrescentando ainda que “nenhuma medida isolada por si só é suficiente para controlar a doença” e que a “melhor receita é a receita da utilização do distanciamento físico, da utilização da máscara, da lavagem das mãos e da etiqueta respiratória”.
Adicionalmente e de modo a ajudar as autoridades de saúde pública a identificar precocemente casos de risco a ministra sublinhou que a utilização da aplicação STAYAWAY COVID e nos casos de teste positivo inserir o código na aplicação “é uma medida de solidariedade”.

Baltazar Nunes referiu, por fimque“ numa fase em que a imunidade de grupo não está atingida, em que a percentagem de indivíduos na população imunes é insuficiente para conter o desenvolvimento da epidemia” as medidas de saúde pública são a única forma de “reduzir a dimensão da onda, achata-la, inverter o seu processo de crescimento ou reduzir a velocidade em que ela está a crescer”.

Na maioria dos países europeus a incidência de novos casos também se encontra em fase de crescimento, crescimento que se iniciou antes de Portugal.

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