No final da reunião de hoje no Infarmed, a Ministra da Saúde apresentou os aspetos sinalizados pelos especialistas em termos da avaliação epidemiológica do nosso país.
Portugal mantém uma tendência decrescente, com o número de novos casos a reduzir-se e com os internamentos em enfermaria geral e em cuidados intensivos também a reduzir-se, o mesmo ocorrendo com o número de óbitos.
No entanto, o Risco de Transmissão (Rt) do vírus aumentou ligeiramente. O Rt atingiu o valor mínimo de 0,61 a 10 de fevereiro e desde então está novamente a subir, sendo o valor estimado para os últimos cinco dias de 0,74.
Embora este aumento do Rt constitua um sinal ao qual temos de estar atentos, a Ministra da Saúde afirmou que “ainda assim, Portugal mantém hoje o risco de transmissão efetivo ao longo do tempo, Rt, mais baixo dos países da União Europeia”.
A circulação de novas variantes continua a obrigar “a um bom acompanhamento”, no caso da variante britânica, esta representa hoje, cerca de 65% dos casos positivos em Portugal.
Desde há várias semanas que o índice de desconfinamento tem vindo a reduzir-se, apesar da manutenção das medidas de confinamento. Os números mais elevados de adesão às medidas de confinamento foram atingidos na última semana de janeiro e desde então “a situação tem vindo a alterar-se, com uma maior mobilidade da população” nas últimas semanas.
A ministra referiu que dado o quadro que temos em Portugal, não podemos “perder de vista as ameaças que continuamos a enfrentar”, lembrando que Portugal está “em contraciclo” face ao contexto europeu o que também representa “uma preocupação”.
“Quanto às datas e aos momentos” para desconfinar, a ministra refere que agora, ouvidos os especialistas e apresentados os cenários sobre o desconfinamento, irão seguir-se os “passos habituais”, em que são ouvidos os partidos, será feita uma reflexão sobre os dados hoje partilhados e no conselho de ministros da próxima 5.ª feira serão apreciados “todos os elementos”, e oportunamente serão comunicadas as decisões tomadas.
Garantindo que o planeamento do futuro passa pela “operacionalização da realização de testes e de aceleração do processo de vacinação para termos o melhor enquadramento possível para as fases que se seguem”.