Covid-19 | Desmaios durante a vacinação (em Mafra) provocados por stress e medo de agulhas

 

De acordo com o relatório de farmacovigilância de 22/07/2021, até 22 de julho foram administradas 11 002 983 vacinas e registaram-se 11 314 casos de reações adversas, representando cerca de 1 caso em mil inoculações.

Embora não sejam comparáveis os perfis de segurança entre vacinas, visto que estas são administradas a subgrupos populacionais distintos (idade, género, perfil de saúde, entre outros) e em períodos e contextos epidemiológicos distintos, o número de casos de reações adversas por marca de vacina é a seguinte:

Vacina

Comirnaty
(Pfizer)
Spikevax
(Moderna)
Vaxzevria
(AstraZeneca)
Janssen
Número de administrações 7 412 497 1 141 821 2 003 932 444 733
Número de casos de reações adversas 6 485 970 3 480 379

Os grupos etários mais afetados com casos não graves de reações adversas à vacinação da covid19 são os grupos de 40–49 anos (1368 casos), 30–39 anos (1359 casos) e 50–59 anos (1192 casos).

No que se refere à distribuição por género, existe uma maior preponderância de notificação de reações adversas por parte do género feminino, sendo esta a tendência normal de notificação para qualquer outro medicamento (homens: 1738, mulheres: 5048).

As reações notificadas com maior frequência são entre outras, reações locais após a injeção ou reações sistémicas como pirexia (febre), cefaleia (dor de cabeça) ou mialgia (dor muscular). Estas reações desaparecem geralmente em poucas horas ou dias, sem necessidade de intervenção médica e sem sequelas.

O relatório refere que nos casos de morte, estes “ocorreram num grupo de indivíduos com uma mediana de idades de 78 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal entre cada óbito e a vacina administrada, decorrendo também dentro dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa”.

As reações adversas graves a vacinas contra a covid-19 são raras ou muito raras, mas podem ocorrer, tal como com qualquer outro medicamento ou vacina

Em relação aos casos registados em Mafra associados à administração de vacinas da Janssen, o relatório refere que se tratam de “reações conhecidas e não graves que podem surgir como respostas de stress à vacinação (e não às vacinas), em particular, como resposta psicogénica a uma injeção com agulha (vulgarmente conhecida como “fobia de agulhas”) e que podem manifestar-se antes, durante ou após a vacinação”. Acrescentando que o fenómeno é mais recorrente em “adultos jovens do sexo masculino”.

O Infarmed relembra que até 22 de julho foram administradas cerca de 9 milhões de doses da vacina da Janssen no espaço europeu estando registados 282 casos de suspeitas de síncope associada à vacina da Janssen no Espaço Económico Europeu. Acrescentando que “estes relatos nacionais parecem ser potenciados por alguma desinformação acerca do tema (referindo por vezes um potencial problema de qualidade, que se provou inexistente), bem como por fenómenos locais de stress onde a ocorrência pontual de alguns destes casos acaba por gerar um contexto de apreensão coletiva”.

 

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