De acordo com o último relatório de monitorização das linhas vermelhas (de 26 de novembro) para a covid-19 existe uma tendência crescente da incidência cumulativa a 14 dias em todos os grupos etários.
O valor médio do número de reprodução efetivo – R(t) – continua a aumentar nas regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo indicando uma aceleração da velocidade de crescimento da epidemia.
Na última semana, o grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais, elevada foi o grupo das crianças com menos de 10 anos – não elegíveis para vacinação – com 453 casos por 100 000 habitantes, enquanto o grupo etário com 80 ou mais anos apresentou um risco de infeção inferior ao apresentado pela população em geral, mas com tendência crescente.
O Relatório diário da situação revelou hoje mais 56 internados, somando 764 doentes internados. Desde o início do mês já se registaram 9 dias com mais de 20 novos casos de internamento, 5 dos quais nos últimos 8 dias (dia 21: 53 casos, dia 22: 31 casos, dia 23: 21 casos, dia 24: 32 casos e dia 28: 56 casos).
O número de internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), a 24 de novembro de 2021, no continente revelou uma tendência fortemente crescente, correspondendo a 40% do valor crítico definido (255 camas ocupadas).
O número de internamentos de doentes covid-19 em Unidades de Cuidados Intensivos e a sua ocupação máxima a 24/11/2021 era a seguinte:
* O nível de alerta definido corresponde a 75% do número de camas disponíveis para doentes covid-19 em medicina intensiva para Portugal Continental
A região Centro tem a ocupação em percentagem do nível de alerta mais elevada com 82%.
A faixa etária com maior número de casos internados em UCI era a dos 60 aos 79 anos (69 casos).
Em relação à nova variante, a variante Omicron, detetada pela primeira vez na África do Sul e que deixou o mundo em alerta devido ao número elevado de mutações que apresenta, a Organização Mundial de Saúde refere que ainda se desconhece, se a Omicron é mais transmissível em comparação com outras variantes do SARS-CoV-2, ou se causa uma doença mais grave e a Agência Europeia de Medicamentos diz ser ainda prematuro antever se será necessária a adaptação das vacinas contra a covid-19 para fazer face à nova variante.
Até à data, foram já detetados casos da nova variante na Holanda, Austrália, Alemanha, Itália, Bélgica, Dinamarca, República Checa e no Reino Unido. Em Portugal ainda não foi detetado qualquer caso associado a esta linhagem, mas Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, afirmou ontem que existem casos em investigação no pais, não sendo ainda possível dizer se são suspeitos de contágio pela variante ómicron.
Mas tal como referiu esta tarde o primeiro-ministro “nós não somos uma ilha no mundo” e apesar de todas as medidas já tomadas, nada nos pode garantir que a nova variante não chegue em breve ao nosso pais.