As previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para os próximos dias apontam para “uma subida acentuada de temperatura”. As temperaturas altas começa a sentir-se dias 1 e 2 de Agosto “mantendo-se valores muito elevados até final da semana na generalidade do território”.
O distrito de Lisboa está sob Aviso Laranja para “Tempo Quente, de 2018-08-02 10:59 a 2018-08-04 05:59“.
As temperaturas máximas previstas para os concelhos de Mafra, Sintra e Torres Vedras são as seguintes:
Dia 1 | Dia 2 | Dia 3 | Dia 4 | Dia 5 | |
Mafra | 25º | 36º | 33º | 34º | 31º |
Sintra | 26º | 37º | 36º | 37º | 33º |
Torres Vedras | 32º | 43º | 41º | 44º | 40º |
A partir de hoje, 1 de Agosto, na região Sul, “prevê-se que poeiras em suspensão provenientes do norte de África afetem a região” o que se irá provocar um “tom amarelado” no céu.
Dada esta subida da temperatura máxima para valores “muito acima dos valores normais para a época” a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o Instituto Português do Mar e da Atmosfera e a Direcção Geral de Saúde(DGS) emitiram o seguinte comunicado:
AUMENTO DA SEVERIDADE METEOROLÓGICA
RISCOS AGRAVADOS DE INCÊNDIOS RURAIS E PROBLEMAS DE SAÚDE PÚBLICA
1. SITUAÇÃO
A mudança da situação meteorológica a partir de dia 1 de agosto, com o estabelecimento de um anticiclone sobre a Península Ibérica e o surgimento de um fluxo do quadrante leste, irá originar aumento significativo da temperatura e a descida da humidade relativa em Portugal continental.
Para 2 e 3 de agosto preveem-se temperaturas máximas de 35ºC na generalidade do território, com valores superiores a 40ºC no Alentejo, Vale do Tejo e Beira Baixa, podendo mesmo registarse temperaturas de 45ºC nalguns locais.
As temperaturas mínimas acompanham esta subida, prevendo-se “noites tropicais” com temperaturas acima dos 20ºC, podendo mesmo ser superiores a 25ºC nalguns locais, em particular na noite de 2 para 3 de agosto.
Os valores da humidade relativa manter-se-ão sempre muito baixos durante o dia, evidenciando muito fraca recuperação a partir da noite de 1 para 2 de agosto.
Estão reunidas condições para a ocorrência de situações de instabilidade atmosférica, sendo estas mais prováveis a partir da tarde de 2 de agosto.
Esta situação meteorológica, de tempo muito quente e seco, deverá persistir pelo menos até dia 5 de agosto.
2. EFEITOS EXPECTÁVEIS
Estas condições configuram a ocorrência de índices de risco de incêndio muito elevados na região do Algarve e no interior Norte e Centro e elevados/muito elevados no baixo Alentejo, com agravamento previsto nas próximas 48 horas para o sotavento algarvio, esperando-se o aumento gradual do número de concelhos com risco máximo.
No domingo (5 agosto) prevê-se que ocorra o agravamento destes índices no interior Norte e Centro, com um número mais elevado de concelhos a apresentarem risco muito elevado (em especial a região de Trás-os-Montes, podendo existir concelhos em que seja atingido o risco máximo).
Em função da previsão da evolução das condições meteorológicas esperam-se condições favoráveis à eventual ocorrência e propagação de incêndios rurais.
Além disso, a exposição ao calor intenso pode produzir efeitos negativos na saúde, sendo as crianças, os doentes crónicos e as pessoas idosas particularmente vulneráveis.
3. MEDIDAS PREVENTIVAS
A ANPC recorda que, de acordo com as disposições legais em vigor, não é permitido:
Realizar queimadas, fogueiras para recreio ou lazer, ou para confeção de alimentos;
Utilizar equipamentos de queima e de combustão destinados à iluminação ou à confeção de alimentos;
Queimar matos cortados e amontoados e qualquer tipo de sobrantes de exploração;
Lançar balões com mecha acesa ou qualquer outro tipo de foguetes;
Fumar ou fazer lume de qualquer tipo nos espaços florestais e vias que os circundem;
Fumigar ou desinfestar apiários com fumigadores que não estejam equipados com dispositivos de retenção de faúlhas.
A ANPC recorda ainda alguns cuidados a ter face às condições meteorológicas previstas, nomeadamente quanto à realização de trabalhos agrícolas e florestais:
Manter as máquinas e equipamentos limpos de óleos e poeiras;
Abastecer as máquinas a frio e em local com pouca vegetação;
Ter cuidado com as faíscas durante o seu manuseamento, evitando a sua utilização nos períodos de maior calor.
A ANPC recomenda também a adequação dos comportamentos e atitudes face à situação de perigo de incêndio florestal, nomeadamente a adoção das medidas de prevenção e precaução adequadas, observando-se as proibições em vigor e tomando-se especial atenção à evolução do perigo de incêndio para os próximos dias, que se encontra disponível junto dos sítios da internet da ANPC e do IPMA, junto dos Gabinetes Técnicos Florestais das Câmaras Municipais e dos Corpos de Bombeiros.
Para se proteger dos efeitos negativos do calor intenso na saúde mantenha-se informado, hidratado e fresco, pelo que a DGS recomenda:
Procurar ambientes frescos (preferencialmente climatizados);
Evitar que o calor entre dentro das habitações; correr as persianas, ou portadas e mantenha o ar circulante dentro de casa; refrescar a habitação e evite ligar fornos.
Beber água ou sumos de fruta natural sem açúcar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
Evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 17 horas.
Utilizar roupa solta (algodão), que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas e óculos de sol;
Utilizar protetor solar com fator > 30 e renovar a sua aplicação de 2 em 2 horas;
Escolher as horas de menor calor para viajar de carro.
Não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol, nem deixe os animais domésticos no carro;
Evitar atividades que exijam grandes esforços físicos;
Dar atenção especial a grupos mais vulneráveis ao calor, tais como:
o Crianças;
o Idosos;
o Doentes crónicos;
o Grávidas;
o Pessoas com mobilidade reduzida;
o Trabalhadores com atividade no exterior;
o Pessoas isoladas;
Ofereça água aos recém-nascidos, crianças, pessoas idosas e pessoas doentes porque podem não manifestar sede;
Os doentes crónicos ou sujeitos a medicação e/ou dietas específicas devem seguir as recomendações do médico assistente;
As crianças com menos de seis meses não devem ser sujeitas a exposição solar, devendo evitar-se a exposição direta de crianças com menos de três anos (usar roupa e protetor solar >50).