Autarquicas 2021 | Torres Vedras – BE apresentou os seus candidatos

Com a presença de Catarina Martins, Coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda, esta força política apresentou ontem, no Parque da Várzea em Torres Vedras os seus candidatos às eleições autárquicas de setembro.

Carolina Vieira, candidata à Junta da União de Freguesias de Santa Maria, São Pedro e Matacães, Pedro Pisco, candidato à Assembleia Municipal, Jorge Humberto, candidato à Câmara Municipal e Catarina Martins apresentaram as linhas políticas que hão de guiar a candidatura do BE no concelho de Torres Vedras.

Carolina Vieira, cidadã brasileira que reside e trabalha no concelho, focou a sua intervenção na necessidade de integrar os emigrantes que labutam no concelho e que contribuem para o seu desenvolvimento, bem como na necessidade de implementar políticas locais que respondam aos problemas enfrentados pelas minorias, batendo-se “pelo combate às desigualdades sociais, à corrupção, à xenofobia, ao racismo e à LGBTfobia”.

Pedro Pisco, administrador de sistemas de tecnologias de informação e cabeça de lista à assembleia municipal, sempre num tom muito crítico, afirmou que “desde as primeiras eleições livres, a liderança do concelho [PS] tem trabalhado em prol das elites locais jogando na matriz de interesses e consolidando uma realidade local que serve os agentes económicos, os detentores de poder financeiro e pouco mais”. Pedro Pisco defendeu ainda, que em Torres Vedras, “os dinheiros públicos servem para a alavancagem de negócios privados, reservando-se migalhas dos sucessivos orçamentos, para o que é realmente importante”. Mantendo o tom de ataque político à governança do PS no concelho, o candidato afirmou que se assistiu, nos últimos quatro anos “a uma composição do poder executivo e do poder deliberativo de maioria absoluta do PS e o resultado está à vista […] um concelho montado à medida para gerir os dinheiros públicos no melhor interesse dos poderosos do PS local, deixando para segundo plano os interesses das populações com menos recursos […] assistimos a escândalos sobre escândalos, sem consequências políticas, num compadrio vicioso montado para servir os interesses da meia dúzia de sempre, que controla o poder local atual, desde as primeiras eleições livres após o 25 de abril”.

Os mesmos de sempre, socialistas de profissão, mas de nenhuma convicção, lá vão rodando pelos diversos cargos autárquicos […]  para estes, a autarquia serve para se servirem, para se promoverem, para irem organizando as suas vidas e partilharem dinheiros e poder [Pedro Pisco]

Jorge Humberto, o cabeça de lista do BE à Câmara Municipal manteve no seu discurso, o tom de crítica à maioria do PS que governa o concelho, qualificando a política da maioria como um reflexo do clima de “compadrio, corrupção e amiguismo” que segundo o candidato, se viverá no concelho, afirmando que a candidatura do BE é constituída por “homens e mulheres de princípios, de trabalho, preparados para as mudanças que Torres Vedras precisa”. Jorge Humberto apresentou-se como uma “alternativa de esquerda” que pretende governar para as pessoas e com as pessoas. Defendeu a necessidade de governar o concelho com regras claras e com transparência, com qualidade nos serviços públicos, com investimento na habitação na justiça climática, na educação e na saúde, na qualificação das pessoas e dos serviços, no apoio aos idosos e na fixação dos jovens no concelho. Defendeu depois um programa político com maior investimento nos transportes, na qualidade do ensino, na habitação para todos e na saúde, tendo afirmado que se assiste aos autarcas do oeste “a defender as suas capelinhas para a localização do novo hospital do oeste”.

A encerrar o ciclo de discursos, Catarina Martins, Coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda, num tom mais virado para a audiência nacional defendeu o primado da democracia enquanto sistema político, embora reconhecendo que as populações se sentem, por vezes, abandonadas. Referindo-se ao caso do dia, que envolve a Câmara Municipal de Lisboa e a divulgação de dados pessoais de promotores de manifestações, exigindo um apuramento rigoroso daquilo que realmente se passou, estendendo o inquérito às restantes autarquias do país e a outras entidades.

O Jornal de Mafra pretendia conhecer a posição da Coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda relativamente à situação de apagamento político do BE no concelho de Mafra, com um deputado eleito para Assembleia Municipal, que raramente marcou presença nas sessões daquele órgão. Pretendíamos também saber se o BE se apresentaria em Mafra nas próximas autárquicas, mas Catarina Martins decidiu não falar à comunicação social nacional, local e regional presente no evento.

 

 

 

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