Antigo edifício das finanças de Mafra destoa da paisagem urbana da vila histórica

Em 2016, a Câmara Municipal de Mafra adquiriu por 638 mil euros, quatro pisos do prédio localizado no Largo da Boavista – antigo edifício das finanças de Mafra – ficando deste modo na posse de todo o edifício.

Neste edifício, depois de remodelado, a autarquia pretende instalar diversos serviços municipais que se encontram dispersos pela Vila, ação social,  cultura, turismo e Gabinete de Apoio Institucional (GAI), mas também o Gabinete de Inserção Profissional (GIP) e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens deverão passar a funcionar naquele novo espaço.

Em setembro do mesmo ano, o município adquiriu os serviços de projeto da remodelação do edifício, por 23 700,00 €, à Carlos Rui Lopes de Sousa, Unipessoal, Lda, uma empresa fundada em Junho de 2016. Carlos Rui Lopes de Sousa era sócio da Rrcrs – Rui Rosa & Carlos Rui Sousa, Arquitectos, Lda., empresa a que foi entregue a arquitetura da Loja do Cidadão de Mafra, os Projectos da Remodelação do Antigo Edifício dos Bombeiros, a arquitetutra do Centro de Interpretação e Receção do Turista da Vila de Mafra, a arquitetura da Requalificação da Envolvente ao Palácio Nacional de Mafra e do Terminal Rodoviário/Parque Intermodal de Mobilidade da Vila de Mafra.

Em reunião camarária ocorrida em junho de 2018 foi aprovada por unanimidade, a contratação de um empréstimo no valor de 1 000 000,00 € (um milhão de euros) destinado à remodelação do edifício.

O concurso público para a remodelação foi aberto em maio de 2018 e o contrato com AECI foi assinado em setembro de 2018.

Muito recentemente, o município assinou um contrato por Consulta Prévia, para o “apetrechamento de mobiliário para o Edifício de Serviços Municipais, sito no Largo da Boavista, em Mafra” no valor de 35 260,00 €, tendo agora a empresa Fluxograma, 45 dias para fornecer o equipamento.

A arquitetura do edifício aposta na descontinuidade e no contraste, aparentemente de acordo com o que temos visto crescer nos edifícios recuperados no centro da vila, criando uma mistura de estilos arquitetónicos dissonantes com a arquitetura clássica da vila. São espaços de restauração e de comércio, espaços hoteleiros ou espaços públicos, como a loja do cidadão e agora este edifício que há de alojar serviços camarários, que destoam completamente da arquitetura dos edifícios circundantes, podendo contribuir para a descaraterização arquitetónica do casco central da vila.

Por fim, fica saber, por que razões, havendo no país e na comunidade europeia tanta oferta consolidada na área da construção e da arquitetura, a atuarem em concorrência, se repetem com tanta frequência as mesmas empresas nas empreitadas municipais aqui por Mafra.

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2 Thoughts to “Antigo edifício das finanças de Mafra destoa da paisagem urbana da vila histórica”

  1. TS

    São sempre as mesmas empresas porque provavelmente são as que em concurso publico fazem um orçamento mais baixo.

    1. Nuno Carriço

      Sempre a levantar suspeitas com empresas da região, acho que este cidadão que escreve este artigo deve ser amigo do Maduro.

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