A Igreja de Santo André foi construída no século 14 e situa-se a cerca de 1 Km, a sudoeste, do Palácio/Convento de Mafra, tendo sido classificada como Monumento Nacional a 15 julho 1935. Segundo reza a tradição, a igreja de Santo André terá uma ligação com papa João XXI, uma vez que Pedro Hispano, terá sido por aqui pároco.
As suas características permitem que se integre num gótico arcaizante, com uma planta poligonal que resulta da “articulação longitudinal e escalonada de dois corpos, um retangular, referente ao corpo da igreja, de três naves, e um segundo, da cabeceira, poligonal com cinco arestas simétricas”.
“(…)das colunas que suportam as baixas arcadas que separam as suas três naves (não verificáveis a partir do exterior), próprio do gótico, visível na sua decoração fitomórfica. Também góticos são a capela-mor abobadada com abside poligonal e elegante fresta trilobada na parede testeira, e os túmulos armoriados dos donatários de Mafra”.
As suas fachadas podem ser descritas do seguinte modo:
“Fachada principal, orientada a ocidente, desenvolvida em dois registos com frontispício terminado em empena angular, encimado por cruz em pedra; primeiro registo centralizado por pórtico ogival rasgado em alfiz, com quatro arcos quebrados sobre colunas de capitéis decorados com motivos vegetalistas; encima-o, no segundo registo, uma rosácea. Na fachada lateral direita, a sul, existe um pórtico colateral, também ogival, rasgado em alfiz, com três arcos quebrados sobre colunas com capitéis vegetalistas”.
A partir do seu pórtico principal, acede-se ao interior desta igreja onde se podem observar as “três naves, separadas por arcadas baixas, formando quatro tramos de arcos quebrados sobre colunas monolíticas e capitéis com decoração vegetalista. Iluminação uniforme, efetuada através de estreitas frestas nas naves laterais, pela rosácea da parede fundeira e pelas frestas de três gumes da abside. Pavimento ladrilhado e cobertura de madeira. Nas naves laterais encontram-se, à entrada, frente a frente, os túmulos monumentais de D. Diogo Afonso de Sousa (do lado do Evangelho), junto do qual se encontra um púlpito em madeira policroma, e de sua mulher, D. Violante Lopes Pacheco (do lado da Epístola). Arco triunfal quebrado, antecedido por degrau. Capela-mor de dois tramos e abóbada de arestas sobre mísulas decoradas, apresenta trono e altar em pedra. Cornija corre toda a parede testeira; ao centro encontra-se uma elegante fresta trilobada”.
Materiais:
Estrutura de cantaria calcária e alvenaria rebocada. Cobertura de telha.
Intervenções Realizadas:
1940 – 1944: obras de restauro: demolição do embasamento da torre e edifícios anexos; apeamento dos contrafortes sobrepostos às fachadas laterais; assentamento das colunas da nave; reintegração do pórtico principal; cintagem encoberta das paredes; reconstrução da parte superior das empenas de cantaria e telhado; alteração do arco ogival sobre colunelos da capela-mor para sacristia, para arco conopial sobre pés-direitos, etc;
1953: recuperação de vitrais;
1967: obras de conservação e limpeza geral dos telhados; fornecimento de vitrais;
1974: obras urgentes de conservação;
1978: beneficiação do ramal de alimentação elétrica;
1979: reparação de instalação elétrica, da iluminação e tomadas;
1980: obras de beneficiação, limpeza e reparação;
2000 /2001: renovação da cobertura com colocação de subtelha; caiação do interior; tratamento do teto.