40 empresas de Mafra apoiam restauro de coleções do Museu Nacional da Música

Museu Nacional da Musica

40 empresas de Mafra apoiam restauro de coleções do Museu Nacional da Música

 

A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) anunciou hoje que quarenta empresas do concelho de Mafra apoiam o restauro de 67 instrumentos das coleções do Museu Nacional da Música (MNM), entidade que em 2024 abrirá portas no edifício do Palácio Nacional de Mafra.

Os mecenas do concelho de Mafra apoiam esta campanha de restauros com 360 mil euros, valor ao qual se juntam aos 300 mil euros que a DGPC já tinha anunciado ir investir nas intervenções de conservação e restauro de instrumentos.

Segundo a DGPC, entre as peças que serão intervencionadas encontram-se “o piano de cauda que pertenceu ao compositor Luiz de Freitas Branco, um piano-armário londrino de 1807, um órgão português do século XVIII, o mais antigo pianoforte de mesa conhecido em toda a Península Ibérica e um pequeno cravo que celebrará, no próximo ano, 300 anos de vida”.

Edward Ayres de Abreu, Diretor do MNM, refere que o apoio dos mecenas é revelador “do forte dinamismo empresarial de Mafra e da perceção de que o Museu Nacional da Música será uma instituição cultural dedicada aos públicos que vivem na região ou que a visitam, com uma intensa agenda de atividades culturais e projetos educativos a serviço da comunidade”.

As obras para acolher o novo Museu, no Palácio Nacional de Mafra já decorrem a bom ritmo, estando a sua inauguração prevista para finais de 2024.

Para o Diretor do MNM, a vinda do museu para Mafra “representa uma oportunidade histórica para a conservação da riquíssima coleção, que passará finalmente a dispor de condições de controlo rigoroso de humidade e de temperatura. Neste sentido, a campanha de restauros permitirá redignificar uma coleção que, ao longo de mais de um século de uma história muito atribulada, sofreu diversos acidentes que deterioraram as peças, e permitirá também tratar da limpeza e acondicionamento dos bens que ficarão salvaguardados nas reservas”.

A utilização do mecenato na concretização de projetos da área da cultura é uma ideia que o Jornal de Mafra defende há muito tempo, tendo esta solução sido defendida quer nas páginas do jornal, quer em contactos com vários operadores da área.

Das empresas listadas na nota da DGPC, só uma delas beneficia regularmente de contratos, por concurso ou por ajuste direto, com entidades ou empresas financiadas pelos nossos impostos, nomeadamente a nível local.

Assim, na lista divulgada é de assinalar a ausência das empresas locais mais beneficiadas, em muitos milhões de euros, por fundos públicos locais, seja por ajustes diretos, seja por concursos públicos. Se dividirmos os 360 mil euros provenientes desta ação de mecenato pelas 40 entidades que contribuíram, chegaremos a uma média de 9 mil euros por empresa. Tendo em conta que no lote de mecenas figura a Câmara de Mafra e o “banco do concelho”, não é difícil concluir que os montantes disponibilizados pela maioria das empresas serão irrisórios, quando comparados com o volume de negócios de muitas delas.

[Atualizado em 22-12-23 às 16:09]

 

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