Com a presença da Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, do Diretor Geral da DGRM (Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos), José Dimas Simão, do Presidente da Docapesca – Portos e Lotas, SA, Sérgio Faias e do Capitão do Porto de Cascais, Paulo Agostinho, empreiteiros, armadores locais e, como no concelho de Mafra já se tornou tradicional no consulado do atual presidente, presente também o padre católico da paróquia da Ericeira, perante estas entidades decorreu ontem na Casa de Cultura da Ericeira, uma reunião destinada à apresentação dos projetos para a realização de novas obras destinadas a reabilitar o porto, passando por novas dragagens e pelo recarregamento do quebra-mar, obras no valor de 1,6 milhões de euros. Com este novo investimento, as obras a que o porto foi sujeito desde 2018 somarão já 5,3 milhões de euros.

A intervenção no porto, que já se iniciou, destina-se a recarregar o quebra-mar, intervenção que se deverá repetir regularmente até 2027, ano em que se pensa (caso haja fundos disponíveis) ser possível proceder à obra que constituirá a solução definitiva para este problema.

Para além destas obras destinadas a conter a fúria do mar e o assoreamento do porto, obras que se têm sucedido sem que até agora tenha sido possível alcançar uma verdadeira solução para este problema, Teresa Coelho anunciou ainda a construção de um posto de transferência e pesagem e de uma câmara frigorífica, na zona da rampa.

[irá fazer-se um estudo] para ver quais são os problemas efetivos do porto e quais são as melhores soluções, que poderão, eventualmente passar pela construção do molhe sul. Não queremos fazer investimentos sem ter a certeza de que chegamos à melhor solução para o porto da Ericeira, precisamente, para não gastar mais recursos em obras que acabam por não solucionar o problema [Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho]

Anunciados também novos financiamentos europeus destinados à modernização da frota de pesca local, nomeadamente, no que se refere à eficiência energética (novos motores), a instalação de um sistema de videovigilância na área do porto e também, de um sistema de recolha de resíduos.

No final da sessão, as entidades presentes responderam a algumas questões apresentadas pelos pescadores/armadores presentes, questões relacionadas com o assoreamento do porto e com as condições de segurança.

Por seu lado, Hélder Silva, presidente da câmara municipal de Mafra, anfitrião da reunião, anunciou a criação da figura do Guardião, que a partir do próximo ano irá zelar pela costa do concelho, vigiando o depósito de resíduos na costa, a permanência de autocaravanas fora dos locais designados ou entradas abusivas no porto. Tendo em conta, que há já entidades a quem competem todas estas tarefas, a instituição desta figura por parte de um presidente de câmara, quase que poderia entrar na designação de “milícia popular. O desempenho do primeiro lugar neste posto caberá a José Salvador (Inglês).

Operam no porto 12 embarcações de madeira cuja faina alcança cerca de 200 mil euros anuais de vendas feitas em Peniche

Em declarações ao Jornal de Mafra, a Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho afirmou que para fazer face aos problemas estruturais do porto da Ericeira está-se a tentar soluciona esses problemas “através de intervenções localizadas”, e simultaneamente, irá fazer-se um estudo “para ver quais são os problemas efetivos do porto e quais são as melhores soluções, que poderão, eventualmente passar pela construção do molhe sul. Não queremos fazer investimentos sem ter a certeza de que chegamos à melhor solução para o porto da Ericeira, precisamente, para não gastar mais recursos em obras que acabam por não solucionar o problema”.

Quanto à atividade piscatória efetivamente operada no porto da Ericeira, o Presidente da Docapesca – Portos e Lotas, SA, Sérgio Faias, declarou ao Jornal de Mafra, que operam no porto embarcações de madeira e de fibra, e que as de madeira, por serem as mais tradicionais e aquelas que apresentam maiores dificuldades para serem operadas pela grua, merecem mais atenção. Operam no porto 12 embarcações de madeira cuja faina alcança cerca de 200 mil euros anuais de vendas feitas em Peniche.