Dirigentes que abandonaram o Partido Aliança apresentaram queixa no Tribunal Constitucional contra o líder, Paulo Bento

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O Partido Aliança fundado por Pedro Santana Lopes personalidade que, entretanto, abandonou o partido no congresso que ocorreu em Torres Vedras, tendo sido substituído na liderança por Paulo Bento, concorre às próximas eleições autárquicas em coligação ou apoiando as listas do PSD, na maioria dos concelhos em que se apresenta. Em Mafra, o Aliança manifestou o seu apoio ao PSD.

Na tarde de hoje, sete membros demissionários da Direção do Aliança apresentaram uma Queixa no Tribunal Constitucional (TC) contra o seu Presidente, Paulo Bento e contra o seu Diretor Executivo, Florival Pinto.

Em nota de imprensa, os demissionários afirmam ter colocado o futuro do Partido Aliança nas mãos do Tribunal Constitucional. A queixa agora apresentada segue-se à demissão da Comissão Jurisdicional do Partido apresentada há poucos dias, ações que os signatários justificam como reação àquilo que designam como “um considerável conjunto de ilegalidades e atropelos aos Estatutos do Aliança e à Lei dos Partidos“.

Do vasto conjunto de acusações que os sete demissionários apresentaram ao TC fazem parte, a alegada “angariação de donativos numa conta bancária particular, a não prestação das contas de 2020 à Entidade das Contas, a não apresentação das contas do Exercício de 2020 aos militantes, a inexistência de Orçamento Provisional para 2021, a reiterada sonegação de informação quanto a extratos bancários, a quotas e à entrada e saída de militantes, a perpetuação de ilegalidade estatutária por inexistência de órgãos como o Gabinete de Auditoria ou a Mesa do Congresso, a usurpação de poder, praticada de forma unilateral e à revelia da restante Direção Nacional e a completa ausência de informação, apoio ou contato com os militantes e com as estruturas descentralizadas“.

Em termos políticos, os signatários da queixa acusam Paulo Bento e Florival Pinto “de não terem perdido os maus hábitos adquiridos “noutras paragens” e de serem os “coveiros” do Aliança“, para além de terem prejudicado gravemente o partido “através de jogadas típicas da “velha e baixa política”, em completo desrespeito pelos valores do Aliança e por tudo o que são os princípios da ética democrática“.

Por sua vez, em declarações à agência noticiosa nacional, o atual líder do Aliança e também candidato à presidência da Câmara Municipal de Torres Vedras, Paulo Bento afirmou que as acusações de que é alvo são “acusações caluniosas“, vindas de ex-dirigentes “ressabiados por não fazerem parte, a maioria deles, de listas de candidaturas, por razões e única responsabilidade própria” e que num tempo eleitoral como aquele que atravessamos  “este conjunto pequeno de dirigentes (…) entende que é a maneira de ajudar o partido, tentando prejudicá-lo com notas de imprensa, com queixas caluniosas e que refuto totalmente“.

O Aliança concorre às autárquicas em 33 concelhos, em 3 deles com listas próprias e na maioria dos outros 30 integra coligações com o CDS-PP (20), com o PSD (17), ou firmando acordos com o PDR, PPM, RIR, MPT e Nós Cidadãos.

 

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