Crónica de Psicologia por Filipa Marques | Bebé a caminho? – Experiência psicológica da gravidez

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Bebé a caminho? – Experiência psicológica da gravidez

 

Olá!

Vamos falar sobre experiência psicológica da gravidez.

A chegada de um bebé é, na nossa sociedade, encarada como um período importante para a mulher, para o casal e para a família, sendo na sua maioria vivida como um momento positivo de vida. É uma época de grandes alterações: a mulher sofre mudanças físicas e psicológicas, o casal passa a desempenhar o papel de pais e a sociedade ganha mais um elemento. Estas alterações psicológicas muitas vezes chegam sob a forma de preocupações como “o bebé será saudável?” e “e se acontecer algum acidente durante a gravidez?”. As alterações vão muito além de preocupações, por isso vou apresentar-vos as principais fases psicológicas durante a gravidez, pois são uma parte importante do caminho de preparação para a chegada do bebé.

A gravidez, de acordo com a sua evolução psicológica, tem 3 fases: incorporação, diferenciação e separação.

Incorporação.

É a aceitação da própria gravidez e o ajustamento às expectativas sobre a maternidade, que coincide com os primeiros 3 meses da gravidez. Confirmada a gravidez, a mulher entra num período de maior reflexão e avaliação: reavalia a sua identidade, a relação com a sua mãe ou figura materna e avalia se tem as competências necessárias para a “tarefa” de ser mãe. Para além disso, cuida mais de si própria: modifica hábitos de comportamento como o número de horas de sono e os hábitos alimentares. Um facto interessante é que geralmente não ocorrem alterações físicas visíveis significativas no primeiro trimestre para que a mulher tenha tempo de se preparar psicologicamente para a ideia de ser mãe e aí, quando já existe uma interiorização dessa nova condição, o corpo revela simultaneamente as suas alterações físicas, nomeadamente o crescimento da barriga.

Diferenciação.

No início do segundo trimestre a mulher começa a sentir os primeiros movimentos do bebé. Por isso, a principal tarefa nesta fase é aceitar a independência do bebé que, apesar de estar no corpo da mãe, é um ser diferenciado capaz de se movimentar por autonomia própria. É nesta altura que as mães (e pais) começam a imaginar como será o bebé e, aos poucos, o bebé vai ganhando vida própria e torna-se cada vez mais um membro da família, que interage com o exterior. Com a consciência da existência do bebé, são feitos alguns reajustamentos na relação de casal nesta fase.

Separação.

No último trimestre a mulher aceita que a gravidez está a chegar ao fim e que o bebé está prestes a nascer e a “tornar-se real”. Acentuam-se os receios acerca do parto e da sua competência enquanto mãe, mas desta vez com a tónica no futuro, como questões como “serei capaz de cuidar do bebé?”. Nesta fase é essencial existir um ajustamento psicológico equilibrado da mãe de maneira a que a ansiedade pela espera do bebé seja vivida de forma positiva e saudável e não como um momento de tensão, prejudicial para a saúde da mãe e do bebé.

Apesar das etapas psicológicas da gravidez estarem mais focadas nas vivências da mãe, também ocorrem (algumas) etapas psicológicas semelhantes na experiência da gravidez pelo pai. Os pensamentos e sentimentos sobre o bebé são bastante semelhantes nos homens e nas mulheres, apesar das alterações comportamentais ligadas à vivência emocional da gravidez serem mais atenuadas nos homens.

 


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Filipa Marques Psicologia


 

 

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