António Galambas, eleito no ano passado, pelo PSD, para o executivo da Junta de Freguesia de Mafra, tendo assumido então o cargo de tesoureiro da junta, confirmou ao Jornal de Mafra, ter apresentado a demissão do cargo, no dia 3 de Agosto.
Desde a tomada de posse de Fátima Caracol, que a Junta de Freguesia de Mafra tem assistido a uma sucessão de problemas, que algumas fontes relacionam com o estilo de gestão e a personalidade desta professora primária, amiga pessoal e aposta política directa de Hélder Silva, presidente da comissão política concelhia do PSD e presidente da Câmara Municipal de Mafra com maioria absoluta. Embora nunca tendo vindo a público, as queixas têm sido muitas, relacionando-se sobretudo com dificuldades de trato pessoal e com alegada incompetência política de Fátima Caracol à frente desta importante junta de freguesia do concelho de Mafra.
Já em Fevereiro de 2018, o Jornal de Mafra tinha dado conta (aqui) de problemas financeiros e de gestão na Junta de Mafra. Ainda no plano financeiro, embora sem relação com o caso vertente, merecerá atenção, o facto de a maioria das juntas de freguesia deste concelho não fazem adjudicações com valores superiores a 5 000 €, o que a ocorrer, obrigaria os executivos a dar pública conta destes contratos, permitindo um controlo mais efectivo dos gastos por parte dos fregueses. Exemplo disso, embora dizendo respeito à anterior gestão da Junta de Mafra, o caso da reabilitação da igreja da Murgeira, que atingiu um valor total superior a 50 000 €, tendo havido pagamentos parcelados, pelo menos, a uma das empresas, evitando-se assim a difusão pública do negócio.
Demonstrando também problemas de gestão de recursos, o facto de a freguesia de Mafra se ter visto recentemente transformada, durante meses, em zona de pasto, tal era a quantidade ervas que se disseminavam em vários espaços da vila e da freguesia.
Relativamente ao pedido de demissão de António Galambas, algumas fontes referiram ao JM, que a vontade da direcção do PSD passaria por manter esta demissão em segredo, pelo menos até à próxima reunião da Assembleia de Freguesia, a qual deverá ter lugar já em Setembro.
Tendo em conta a gravidade de que esta situação se reveste, se os agentes políticos se regessem por políticas baseadas no serviço, por políticas de transparência e de colaboração democrática, os representantes das forças políticas com assento na Assembleia de Freguesia deviam já ter sido formalmente informados desta demissão, mas isso não aconteceu, nem a página da Junta de Freguesia reflecte esta demissão, também não se conhecendo o nome do novo/a tesoureiro/a da junta.
Embora, com base no patente mal-estar que se instalou na Junta de Mafra, tenha surgido uma informação referindo a possibilidade de se poder vir a assistir a novas demissões na Junta de Freguesia de Mafra, o Jornal de Mafra não conseguiu, até ao momento, confirmar esta informação.