A imagem que é capa deste artigo foi tirada pelo próprio JM, hoje às 14h15. Deslocávamos-nos para a Ericeira em reportagem, quando decidimos fazer um pequeno desvio até à Vila Velha (Mafra), para verificar de havia alguma movimentação junto ao edifício degradado, propriedade da Câmara Municipal de Mafra mas à responsabilidade (por comodato) da Misericórdia da Mafra, edifício que já ontem tinha sido alvo de outra notícia nossa (aqui).
Estacionámos o carro junto à Igreja de Santo André, também ela inserida num espaço onde a degradação também é patente. Entrámos no logradouro da igreja pelo lado esquerdo e, surpresa, estavam dois jovens lá ao fundo, ,junto ao muro que separa a igreja ao edifício degradado da Misericórdia de Mafra. Um dos jovens (quase crianças) subiu o muro, a pulso, e o outro preparava-se para fazer o mesmo, quando olhou para trás e nos viu. Avisou da nossa presença, o outro jovem, que rapidamente desceu o muro, precipitando-se ambos para a saída lateral do logradouro da Igreja de Santo André, atravessando a estrada e desaparecendo no espaço fronteiro.
Esta história, infelizmente nada edificante, obriga, naturalmente, a reflexões adicionais.
O proprietário do edifício, a Câmara de Mafra não se pronuncia? Já tinha conhecimento destes eventos?
A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Concelho de Mafra tinha já conhecimento da situação?
A Misericórdia, aparentemente, não tomou ainda quaisquer medidas. Está esta entidade consciente de que isso propicia a continuidade deste tipo de actividades e intrusões?
Colocam-se ainda outro tipo de questões. Desde logo, a questão de saber como é possível que a Misericórdia de Mafra tenha abandonado o edifício à sua sorte, tendo depois passado a desenvolver a sua actividade no local onde hoje está alojada? Porque é que a proprietária do edifício nunca “chamou a contas” a sua comodatária? Quem é que assume os custos da degradação do edifício? Como é que foi possível desperdiçar aquele espaço durante o lapso de tempo em que a Misericórdia de Mafra o abandonou e o momento actual? Estarão, a Misericórdia de Mafra e a Câmara Municipal de Mafra, dispostas a assumir os custos financeiros e políticos que poderão resultar de factos que se possam vir a apurar como tendo ocorrido ou que possam vir a ocorrer naquele espaço? Está Câmara Municipal de Mafra disposta a continuar a apoiar politica e financeiramente uma instituição que deixa chegar este património ao estado a que chegou? Estará a actual gestão da Misericórdia de Mafra disposta a assumir as responsabilidades institucionais e de gestão, decorrentes desta situação e da sua continuidade no tempo?
Pelas imagens que publicamos, pode verificar-se facilmente que se trata de jovens em idade escolar. A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Concelho de Mafra está em campo? Desde quando? Há informações que referem o facto de este caso ter já sido alvo de discussão em reunião de pais de alunos da Escola EB 2,3 de Mafra. Tomou a escola alguma medida cautelar? Alertou alguma entidade? Há quanto tempo? À hora a que as imagens foram tomadas, estes jovens deviam estar na escola? Se sim, porque não estavam?
Finalmente, a pergunta que em Portugal encima sempre este tipo de eventos. Que entidades assumem a responsabilidade do que se está a passar? Que entidades alertaram as entidades policiais e/ou judiciárias? Todas as cabeças continuarão sobre os seus ombros ou a assunção de responsabilidades terá consequências nos vários níveis de gestão/responsabilidade implicados nestes acontecimentos?
Como lamento o tão pobre que é esta reportagem.
O título devia ser “jovem apanhado em flagrante a urinar no adro da igreja”. 😛
A ser esse o título, estaríamos a fugir à verdade. Nenhum dos jovens estava a urinar ou se preparava para o fazer. Em lugar algum do artigo se refere outra coisa, senão o facto que a imagem documenta. Um jovem em cima do muro e o outro jovem, que se preparava também para subir, a olhar na direcção dos repórteres.
Já agora… Se ambos estavam no logradouro público da igreja de Santo André, onde também estava o sr. jornalista, o que é que isso tem que ver com o edifício da Misericórdia?
os meus parabéns pela magnifica reportagem, só gostava de saber porque os responsáveis têm medo de responder
Jornalismo amador, de péssima qualidade e com propósitos claramente partidários. Lendo e relendo, não alcancei a mesma superioridade intelectual do sr. jornalista, de perceber onde está a conduta menos própria ou desviante dos dois jovens, que se encontravam dentro do mesmo espaço onde se encontrava o sr. jornalista. Assim sendo, a conduta do sr. jornalista é igual à dos jovens, ou pior. Isto porque o sr. jornalista violou o direito à imagem dos dois jovens, captando imagens dos mesmos sem o seu consentimento ou o consentimento dos pais. Numa das fotos, aparentemente, um dos jovens está a urinar. Se assim for, o sr. jornalista cometeu um crime, punível pelo Código Penal. Se a CPCJ for chamada a intervir, deverá começar por avaliar a conduta do sr. jornalista.
Caro leitor, obrigado pelo seu comentário. Por aqui, valorizamos as opiniões dos nossos leitores, mesmo aquelas que não merecem o nosso acordo.
Relativamente às palavras pouco cordiais que nos dirige, elas não nos merecem, naturalmente, qualquer comentário.
Quanto ao resto, o local onde entrámos é público (monumento nacional) e estava de portas abertas, por outro lado, as faces dos jovens não são identificáveis, uma vez que as imagens foram tratadas nesse sentido, como era nossa obrigação. Quaisquer queixas judiciais terão resposta, com é natural, através dos nossos advogados.
Se o espaço é público e estava de portas abertas, então, o que imputa o sr. jornalista aos jovens? O artigo faz os leitores crer que os mesmos estavam a fazer algo de muito errado, ao ponto de justificar a intervenção da CPCJ. Assim sendo, digam o que é.