Olá, eu sou o Hugo. Sou deficiente motor e tenho uma cadeira de rodas que me deveria levar a todo o lado sem obstáculos… e tenho aqui a prova que o deficiente, não sou eu… É a sociedade que não quer ver o que está errado. Aquilo que é tão simples para vocês, para mim é uma revolta. Sozinho não posso mudar o mundo, mas vocês podem fazer com que a nossa vida seja menos complicada, por exemplo, melhorando coisas tão simples como os passeios. Seria tudo muito mais fácil, se o ser humano visse o meu mundo com outros olhos.
Eu também não pedi para viver com a minha cadeira de rodas….. Hoje sou eu, amanhã poderás ser tu, e tu, e tu, e tu….. Respeito e obrigado.
Hugo, Teresa e Carlos Brito
E o pior é que não é só aí! Durante anos ouviu-se o Hélder Sousa Silva a dizer que se dependesse dele, já haveria um acesso para cadeiras de rodas à Basílica (já há, finalmente), mas o estado em que ele deixa os passeios do concelho demonstra o interesse dele pelo assunto.
Mesmo nas obras recentes, ele consegue esquecer-se que as passadeiras rebaixadas precisam de estar alinhadas com os passeios (talvez fosse mais útil construir lombas alinhadas à altura dos passeios…). Sim, aqueles dois centímetros entre a estrada e o lancil fazem a diferença para quem vai numa cadeira de rodas ou para quem empurra um carrinho de bebé. Por isso, não, as obras recentes não estão bem feitas. E pior! Como os engenheiros da Câmara se “esqueceram” dos pilaretes a impedir o estacionamento abusivo, há sítios como a Rua do Pinheiro, em Mafra, em que o acesso à passadeira é só mais um lugar de estacionamento. E sim, esta obra foi apresentada como sendo uma obra em prol da mobilidade dos cidadãos naquele boletim publicitário da Câmara, já há uns anos.
Foi feito um trabalho de grupo por alunos da Escola José Saramago e entregue na CMMafra exatamente sobre este assunto mas pelos vistos ficou numa gaveta sem sequer ter sido lido. Nesse trabalho os alunos assinalaram os vários erros na vila de Mafra, pelo menos, e era abrangente a todas as incapacidades físicas motoras e não só. Basta olhar para os lugares de estacionamentos para pessoas com deficiência são da mesma medida dos outros quando os apropriados são bem mais largos. Acho que o problema é que quem faz este planeamento infelizmente é muito deficiente no profissionalismo.