Viagem pelo património classificado do município de Mafra | Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Enxara do Bispo) [Imagens]

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Viagem pelo património classificado do município de Mafra Igreja Paroquial de Enxara do Bispo

A Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Enxara do Bispo) é uma Igreja paroquial rural classificada como Imóvel de Interesse Público desde 30 novembro 1993.

De autor desconhecido e de “possível construção quinhentista e reconstrução setecentista” apresenta uma planta poligonal com um “exterior de tratamento arquitetónico austero, e por interior organizado segundo um esquema planimétrico básico, nave única e capela-mor, de que resulta uma planta poligonal, que se desenvolve segundo um eixo longitudinal de dois corpos retangulares, aos quais se adossam, lateralmente, os volumes da sacristia e de outros pequenos anexos”.

Segundo uma “cartela em relevo” situada à direita do portal principal a sagração do templo terá ocorrido em 1534.
“Na era de 1534 A oito de outubro eu o bispo dom ambrósio consagrei a igreja de nossa senhora da serra e sagrei o altar e nele estão as relíquias de S. Brás e S. João Baptista e consagrei o(s) sinos e adro neste … sempre todo (o) fiel cristão que visitar esta igreja ganha r(=quarenta) dias de perdão em forma da santa igreja acostumada.“

No exterior apresenta “uma fachada principal de características essencialmente barrocas, com empena em frontão triangular centralizado por um escudo real em baixo relevo e fogaréus nos acrotérios, ladeada à esquerda por torre sineira de cobertura bolbosa e fogaréus nos acrotérios. (…) Na “fachada tardoz, a nascente, de empena cega é centralizada por painel retangular de azulejos azuis e brancos, setecentista, de temática mariana (…)”.

No interior “apresenta nave única, teto de masseira decorado, muros percorridos por silhar baixo de azulejo de tapete, azul e amarelo, integrando, na zona que imediatamente precede o arco triunfal, de volta perfeita, alguns exemplares do tipo corda seca, e pintura marmoreada. Adossado à parede fundeira encontra-se o coro-alto sobre estrutura de madeira, sob esta localiza-se o acesso à capela batismal”.
Do interior, para além da pia batismal manuelina, destaca-se a “abóbada manuelina que cobre a abside, polinervada estrelada de dois tramos sobre mísulas de decoração vegetalista, sendo o bocete central decorado com escudo tendo inscritas as cinco chagas de Cristo e a mitra episcopal. Na capela-mor figuram, igualmente, quatro tábuas quinhentistas de temática mariana”.

 

Época Construção: Séc. 16 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor: Desconhecido

Materiais: Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, azulejos, estuque, madeira pintada e dourada, telha.

Protecção: Imóvel de Interesse Público desde 30 novembro 1993

Enquadramento: Situa-se no topo de uma colina, sombranceira, para nordeste, à povoação. Isolada, destacada, circundada por adro parcialmente murado e com escadaria a ocidente. Confronta com o cemitério, que lhe fica a nascente.

Propriedade: Igreja Católica (Diocese de Lisboa)

 

 

Cronologia
1241 – o arcebispo D. Rodrigo da Cunha refere a existência de uma capela da invocação de Nossa Senhora da Assunção da Serra em Enxara do Bispo, termo de Torres Vedras; séc. 16, 1.ª metade – construção ou reconstrução do templo de que subsistem alguns elementos arquitetónicos e escultóricos, nomeadamente o portal lateral, a abóbada da capela-mor, o batistério, e, sobretudo, a pia batismal; 1534, 08 outubro – sagração da igreja pelo arcebispo D. Ambrósio da Serra, segundo inscrição afixada na fachada principal *1; ainda de acordo com esta inscrição, esta igreja é consagrada a Nossa Senhora da Serra, tendo no altar relíquias de São Brás e de São João Baptista; séc. 16, finais – séc. 17- campanha de decoração da igreja, a que pertencem as quatro telas a óleo de temática Mariana que se encontram, três nas paredes laterais da capela-mor, Visitação, Adoração dos Pastores e Coroação da Virgem , que integravam um antigo retábulo, desconhecendo-se, no entanto, a oficina a que pertencem, e, a quarta, no baptistério, Adoração dos Magos, a mais antiga de todo o conjunto, também de oficina desconhecida; a esta campanha seiscentista pertence, igualmente, a aplicação do revestimento azulejar do tipo tapete da nave; séc. 18 – provável reedificação pós-terramoto, desta época data a sua feição externa atual, assim como os painéis de azulejo da capela-mor; 1732 – é redigido, pelo cardeal patriarca D. Tomás de Almeida, o Compromisso da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré da Pederneira, constituindo a base canónica do já praticado Círio da Prata Grande, que, entre as paróquias que desde quase o seu início recebem a imagem da Senhora, conta com a de Enxara do Bispo; 1758 – de acordo com a Memórias Paroquiais o lugar de Enxara do Bispo tem à data cinquenta vizinhos, a igreja é do padroado da Companhia de Jesus, do Colégio de Santo Antão de Lisboa, que apresentava o vigário e lhe pagava 300$000; igreja “antiquíssima”, de uma só nave, com três altares, o retábulo-mor, onde figurava uma imagem de Nossa Senhora no trono da tribuna, vestida e com cabeleira, ladeada pelas imagens de estofo de Santo Inácio, lado do Evangelho, e de São Francisco Xavier, na Epístola; nos dois retábulos colaterais figurava, no lado do Evangelho, um Santo Cristo, ladeado por São Sebastião, Santa Ana e a Virgem com o Menino, no lado da Epístola, a imagem de estofo de Nossa Senhora do Rosário, ladeada por Santo António e Santa Catarina de Siena, com Irmandade do Santíssimo Sacramento e confrarias de Nossa Senhora da Assunção da Serra, Santa Catarina, São Sebastião, São Pedro e do Nome de Jesus; não tinha bens próprios; c. 1793 – colocação do relógio de sol; de acordo com o inventário e avaliação dos bens da igreja feito neste ano a mando do bispo, entre prazos e outros bens, Nossa Senhora da Assunção da Serra tem por rendimento $646:299 réis anuais; 1993, 30 novembro – é classificada como imóvel de interesse público.

[Fonte: DGPC]

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