Este ano, mais uma vez a pandemia obriga à não realização dos tradicionais desfiles carnavalescos de rua, mas o “Carnaval mais português de Portugal” já saiu à rua através do tradicional Monumento do Carnaval, que ontem “aterrou” na Praça da República, em Torres Vedras.
O nome do Monumento do Carnaval de Torres Vedras deste ano é “Cidade Carnaval” e nele estão representados o Rei e a Rainha do Carnaval, um Confrade, os Ministros & Matrafonas, um fidalgo, um Maria Cachucha, os Zés Pereiras e os cabeçudos (Goucha, Cristina Ferreira, Berardo, Cabrita e o presidente Marcelo Rebelo de Sousa).
O monumento tem como elemento central o “AeroVacina” comandada pela piloto Laura Rodrigues (presidente da câmara) e a coordenar as manobras de aterragem está o Vice-Almirante Gouveia e Melo.
António Costa, Marta Temido, Graça Freitas, Ricardo Salgado, Cristiano Ronaldo e André Ventura não escaparam à sátira política e social do Monumento deste ano.
Ontem, ao final da tarde, a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Laura Rodrigues, o presidente da Promotorres, Rui Penetra, elementos dos grupos carnavalescos e alguns foliões visitaram o monumento.
O veículo inovador e versátil, a AeroVacina, vai continuar aterrado na Praça da República, em Torres Vedras até ao início de março.
Descrição completa do monumento deste ano:
“Cidade Carnaval” é o nome do Monumento do Carnaval de Torres Vedras deste ano, o qual tem como elemento central o “AeroVacina”, “veículo inovador e versátil”, o qual aterrou “no centro da Cidade do Carnaval, com toda a tranquilidade e prudência. A viagem ocorreu aos comandos da piloto Laura Rodrigues, que depois de um voo atribulado, já pode descansar, com sentido de missão cumprida.
Alguns negacionistas, apanhados durante a descolagem, ainda protestam, gritam e esperneiam na ponta da agulha, não se percebe bem porquê… vozes de burro não chegam ao céu.
Todavia, esta aterragem só foi bem-sucedida graças à assistência e coordenação das manobras em terra da taska-force-toda Vice-Almirante Gouveia e Melo, que por meio da sua resiliência e eficácia finalizou a operação com toda a segurança em tempo record.
A Comitiva Real do Carnaval de Torres Vedras surge então, com toda a pompa e circunstância que lhe é devida: descem a escada o Rei e a Rainha a acenar alegremente, já estava mais do que na hora de abanar o abanico e de mostrar o Corno do Rei.
Os Ministros & Matrafonas desfilam, com os seus vistosos fatos, impecável e elegantemente vestidos. O fidalgo aparece como sempre branquinho e engomadinho (pelo menos nas primeiras horas) e cheio de sede e de copos para partilhar com o resto da fidalguia. A Maria Cachucha não consegue esconder um grande sorriso por detrás do seu bigode farfalhudo, vindo bem acompanhada pelos garrafões de tinto. O Confrade surge tranquila e majestosamente, acenando à multidão.
Como é de seu costume, Lúmbias e Flauzinas dançam acrobaticamente no topo do “AeroVacina”. Os Zés Pereiras vieram alegrar a festa e dar as Boas-vindas à Comitiva do Carnaval de Torres Vedras.
Surpreendentemente e para espanto de toda a comitiva, constata-se que algo não está bem. E o cenário é de loucos“. De facto, junto ao “AeroVacina”, pode observar-se que os cabeçudos do Carnaval de Torres Vedras “foram substituídos por outros cabeçudos, com grandes semelhanças a indivíduos da sociedade e da política portuguesa – o Goucha, a Cristina Ferreira, o Berardo, o Cabrita e o presidente Marcelo”.
Também nas proximidades do “AeroVacina” pode observar-se Costa, que “personifica a máscara tradicional do velho montado na velha, mas à sua maneira: montado no Zé Povinho, para que este nem no Carnaval se esqueça do peso da carga fiscal, com uma grande dose de resiliência. São só mais 4 anos de cavalgadura”.
Já “Cristiano Ronaldo mascara-se de coelhinho Dura7…e dura e dura e dura…”.
Mais perto do “AeroVacina”, “a Graça Freitas e a Marta Temido brincam em sintonia em cima de dois vírus, acessórios comprados numa loja dos chineses, continuando a improvisar atrás de cada improviso. Ricardo Salgado goza mais umas férias, no seu luxuoso banho, intocável à conta do seu amigo Alzheimer”.
Neste cenário “não podiam faltar vendedores ambulantes como é tradição, mas o improvável acontece: André Ventura mascarado de cigano vende numa banca t-shirts contrafeitas dos seus “amigos” Ricardos”.