Torres Vedras – Partido Aliança reúne em Torres Vedras, com Pedro Santana Lopes a preparar-se para abandonar funções executivas

Pela manhã, no salão dos Bombeiros de Torres Vedras reuniu-se a Direção Política Nacional do Partido Aliança, numa reunião preparatória da reunião do Senado, reunião que teria lugar no mesmo local, após o almoço, e de cuja ordem de trabalhos fazia parte a convocação de um Congresso Extraordinário do partido

A propósito do objetivo destas reuniões e da necessidade de convocar um congresso extraordinário, bem como da necessidade de esclarecer algumas informações que davam conta da vontade de Pedro Santana Lopes abandonar funções executivas no Aliança, o Jornal de Mafra, em reportagem no local, ouviu Bruno Ferreira Costa, Diretor Executivo daquela força política.

Pedro Santana Lopes vai manter-se no Aliança? “O que está aqui em causa é em que funções e em que condições, mas o compromisso de Pedro Santana Lopes com o partido, mantem-se”

 

Bruno Ferreira Costa declarou ao Jornal de Mafra que a reunião da Direção Política Nacional teve por objetivo analisar a situação interna do partido, tendo como ponto principal a convocação do Congresso Extraordinário do Aliança, evento que terá lugar a 26 e 27 de setembro, embora ainda não se conheça o local onde decorrerá.

O Congresso Extraordinário será um congresso eletivo destinado a eleger novos órgãos nacionais e a “demonstrar a vitalidade do partido e das bases que estiveram na sua origem, que se mantêm perfeitamente atuais, sendo até mais vitais nos dias que correm, com a situação político-social a que estamos a assistir no nosso país“, referiu o Diretor Executivo do Aliança.

À pergunta do Jornal de Mafra, no sentido de saber se Pedro Santana Lopes se iria manter à frente do Aliança, Bruno Ferreira Costa, teceu o seguinte comentário, “será uma decisão do próprio, que não foi confirmada nesta reunião. Este é um período de reflexão, serão estabelecidos os prazos de candidatura e de apresentação das moções estratégicas globais e todas as hipóteses estão naturalmente em aberto“. Perguntámos então se, acontecesse o que acontecesse, Santana Lopes se manteria no partido, e aí a resposta foi afirmativa, referido ainda que “o que está aqui em causa, é em que funções e em que condições, mas o compromisso de Pedro Santana Lopes com o partido, mantem-se“.

Quanto às razões deste afastamento de funções executivas, o Diretor Executivo do Aliança, referiu que essas razões se prendem “com a própria análise da situação política, com a análise do ano de 2019, dos resultados eleitorais, e também com a possível análise relativa a um refrescamento, a uma revitalização dos órgãos nacionais do partido“.

Quanto à possibilidade de entendimento com o Chega, “há algo de que não abdicamos, são os princípios democráticos, os princípios constitucionais. Se houver uma violação desses princípios, na forma, na estrutura ou no discurso, naturalmente, fecham-se aí as possibilidades de entendimento

 

Será também no anunciado congresso extraordinário, que o Aliança se debruçará sobre a eventual apresentação de um candidato próprio ou sobre a possibilidade de manifestar apoio a um candidato presidencial.

Relativamente às eleições autárquicas, que terão lugar no último trimestre de 2021, o Aliança mantem em aberto a possibilidade de apresentação de candidaturas autónomas, de integrar coligações, ou mesmo de apoiar “determinados movimentos de independentes“. Anuncia-se também uma candidatura própria nas eleições regionais dos Açores.

Perguntámos então, se o parceiro preferencial do Aliança seria o PSD, Bruno Ferreira Costa declarou que parceiros preferenciais são “os partidos que assumam as mesmas prioridades, as mesmas causas e a mesma visão que o Aliança tem“. Perguntámos ainda, se nesses parceiros se incluiria o parido Chega. O Diretor Executivo do Aliança afirmou que a esse propósito “caberá aos órgãos do partido estipular balizas de entendimento, mas há algo de que não abdicamos, são os princípios democráticos, os princípios constitucionais. Se houver uma violação desses princípios, na forma, na estrutura ou no discurso, naturalmente, fecham-se aí as possibilidades de entendimento“.

Numa declaração final, Bruno Ferreira Costa mostrou desagrado político pelas recentes decisões parlamentares, naquilo a que chamou o “bloco central assumido” entre PS e PSD, no sentido de acabar com os debates quinzenais, facto que considerou “uma machadada na credibilidade do parlamento“. Manifestou-se igualmente contra aquilo que denominou como “um ataque à sociedade civil e ao direito de petição“, referindo-se ao aumento substancial do mínimo de assinaturas necessárias para que as petições possam se debatidas no parlamento. Por fim, referiu aquilo que classificou como um ataque dos maiores partidos aos partidos mais pequenos, quando aprovaram alterações às candidaturas autárquicas, impedindo os cidadãos de se candidatarem simultaneamente aos executivos e às assembleias municipais, algo que poderá criar, na perspetiva do Diretor Executivo  do Aliança, dificuldades acrescidas aos partidos com menor representação e com menos militantes, permitindo “uma cartelização dos grandes partidos, para evitar a pluralidade” .


O Jornal de Mafra e a DGS Aconselham


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