Torres Vedras | Igreja de Santiago terá zona especial de proteção

Igreja de Santiago

 

Em junho, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) propôs ao Ministério da Cultura, a fixação da zona especial de proteção (ZEP) da Igreja de Santiago, na Cidade de Torres Vedras.

Está a decorrer, desde ontem, a consulta pública acerca do projeto de decisão relativo à fixação da zona especial de proteção (ZEP) – proposta de restrições a fixar – da Igreja de Santiago. O prazo de pronúncia dos interessados terminará a 24 de agosto.

A proposta prevê a criação de duas áreas de sensibilidade arqueológica (ASA):
– Zona A (envolvente próxima da igreja)
– Zona B (restante área da ZEP)

Com a criação desta ZEP, todas as operações de natureza urbanística a efetuar serão realizadas sob responsabilidade de um arqueólogo e devem respeitar algumas regras (altura, número máximo de pisos, cores de pintura das fachadas, demolição de edifícios, entre outras).

O documento refere ainda. que devem ser preservados “o edifício sito na Praça Machado Santos, 1 a 4, Travessa José Eduardo César, 2 a 2D, Rua José Eduardo César e Travessa de Santiago, 1 a 1B, não pode sofrer alterações, nomeadamente ao nível da cobertura, atendendo à situação de contiguidade / visibilidade com a Igreja de Santiago, à sua importância urbana e à sua qualidade arquitetónica”.

A Igreja de Santiago situa-se na Rua Aleixo Ferreira e na Praça Dr. Machado Santos, Torres Vedras, União das Freguesias de Torres Vedras (São Pedro e Santiago e Santa Maria e São Miguel) e Matacães, concelho de Torres Vedras e está classificada como monumento de interesse público desde 2013.

No parecer pode ler-se: “Torres Vedras é seguramente uma das cidades da região Oeste (antiga Estremadura) cujo centro histórico mais se delapidou nos últimos cinquenta anos. É certo que o seu património classificado se encontra em relativo bom estado de conservação/preservação, sendo notáveis algumas das suas igrejas (S. Pedro e Santiago, por exemplo) e o célebre Chafariz dos Canos. Mas a chamada arquitetura de acompanhamento, ou seja, todo aquele edificado, singelo mas autêntico, que enquadrava precisamente esse património classificado, que lhe dava sentido e significado e que foi a dominante naquele centro urbano até meados do século passado, desse já pouco resta. É certo que a Praça Dr. Machado Santos ainda conserva parcialmente uma frente arquitetónica relativamente interessante, apresentando no seu todo uma morfologia e uma volumetria parcialmente preservadas (…)”.

A igreja original terá sido construída no reinado de D. Afonso Henriques, sendo referida num documento existente na Torre do Tombo, datado de 1286. Através do seu livro de visitas, sabe-se que em 1586 se encontrava bastante arruinada, pelo que se procedeu pouco depois à sua reconstrução, que viria a ser terminada em 1615.

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