Sobre o signo da cultura helénica – origem, inspiração e guia – foram muitos os compositores ocidentais que se ancoraram na filosofia e na sua poesia dramática: de Monteverdi a Wagner, de Berlioz a Stravinski, encontramos uma plêiade de relações mais ou menos intensas, que resultaram na criação de obras primas da história da música. Vultos incontornáveis do romantismo musical e profundos conhecedores da arte grega, R. Wagner e H. Berlioz deixaram-nos dois ciclos de canções que revelam o génio de cada um: os “Wesendonck lieder” e “Les nuits d’ete”, respetivamente.
São canções de um lirismo exacerbado e de fulminante paixão, cristalizando singularmente a época na qual os dois compositores viveram. Estes dois ciclos, verdadeiros tour de force para qualquer cantor, serão interpretados pela internacional soprano portuguesa Elisabete Matos, que estreará também a obra do compositor N. Côrte-Real, Canções Helénicas, sobre poemas de Sophia. Completando o programa, a abertura “A Consagração da Casa”, de L. V. Beethoven; composta em 1822 para a inauguração de um novo teatro em Viena, este pequeno trecho ao estilo de Bach e Handel, integrou a reposição da música incidental “As Ruínas de Atenas”, substituindo a anterior abertura.
O concerto terá a participação da Orquesta Sinfonica Castilla y León, com direção musical de Nuno Côrte-Real.
Programa
N. Côrte-Real (n.1971)
Canções Helénicas de Sophia – estreia absoluta
I. O Búzio de Cós
II. A Hera
III. Beira Mar
IV. Orpheu
L. V. Beethoven (1770-1827)
Abertura “A Consagração da Casa” (op.124)
R. Wagner (1813-1883)
Wesendonck Lieder (Motll/Wagner)
I. Der Engel
II. Stehe still!
III. Im Treibhaus
IV. Schmerzen
V. Traume
pausa
H. Berlioz (1803-1869)
Les nuits d’été (op.7)
I. Villanelle
II. Le Spectre de la Rose
III. Sur les lagunes: lamento
IV. Absense
V. Au cimetière: Claire de lune
VI. L’île inconnue
Elisabete Matos, soprano
Nuno Côrte-Real, maestro
ORQUESTA SINFÓNICA CASTILLA Y LEÓN
[Texto e imagem CMTV]