Em fevereiro do ano passado, por altura do Carnaval, um jovem de 32 anos foi esfaqueado numa rua de Torres Vedras. Encaminhado para a urgência do Hospital da cidade ainda com sinais de vida, acabou por falecer.
O agressor abandonou o local após o crime.
Em outubro, o agressor foi acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de homicídio qualificado, caso que começou ontem a ser julgado no Tribunal de Loures.
Em tribunal, na primeira sessão do julgamento, o presumível agressor, Bruno Romão, de 22 anos, afirmou não se recordar do crime que cometera e alegou ter passado o dia anterior a beber e a consumir droga.
O arguido afirmou, ainda, que apenas teve conhecimento do que aconteceu, quando tomava pequeno-almoço num café, e o dono de do bar do qual fora expulso na noite anterior lhe disse que ele tinha cometido o crime.
Depois disso dirigiu-se ao hospital de Torres Vedras, para tentar perceber o que tinha acontecido. Já no hospital acabou por ser expulso e detido por agentes da PSP.
Apesar de não ter memoria do que se passou, o jovem mostrou-se arrependido e referiu não existir motivo nenhum para ter feito o que fez.
Por seu lado, o MP diz que o arguido agiu “por ciúmes infundados e pela sua sêde de desacatos”.
A vítima conheceu, através de amigos em comum, a ex-namorada do arguido e terá sido o fato de a vítima e de a ex-namorada estarem à conversa, que terá motivado as agressões – socos e pontapés – trocadas entre vítima e agressor, que culminaram com o arguido espetar uma faca por baixo do mamilo esquerdo da vítima e a atingir-lhe o coração.
No passado, Bruno Romão já foi condenado por violência doméstica, com pena suspensa, por crime este praticado contra a ex-namorada, a mesma que encontrou na noite do crime.
O arguido está agora acusado pelo MP de um crime de homicídio qualificado, podendo ser punido com pena entre 12 e 25 anos de prisão.