Decorreu ontem ao fim da tarde, no auditório do Centro Cultural Olga Cadaval, a cerimónia de instalação da Câmara Municipal de Sintra.
Sala cheia, com as personalidades habitualmente convidadas para estes actos solenes, associações concelhias, associações de bombeiros voluntários (9), autoridades militares, funcionários autárquicos, políticos e empresários locais, deputados da Assembleia da Republica, de Mafra estava o líder da bancada do PS na Assembleia Municipal de Mafra, Renato Alves dos Santos.
De destacar a presença de uma intérprete de língua gestual, de destacar também o clima sereno em que decorreu toda a sessão, o facto de todos os partidos da oposição na assembleia municipal terem tomado a palavra durante o razoável tempo que entenderam, sem terem sido interrompidos ou chamados à atenção pelo presidente, e o facto de a mesa ter sublinhado com palmas, compreensivelmente com maior ou menor entusiasmo, todas as intervenções, de notar também a ausência dos rissóis, croquetes e canapés que habitualmente, por outras paragens, marcam presença nestas cerimónias.
Nesta cerimónia, muitas personalidades nacionais tomaram posse de cargos autárquicos em Sintra. Desde logo Basílio Horta, recandidato ao cargo, fundador do CDS em 1974, ex-secretário-geral deste partido e candidato à presidência da república em 1991, presidente da AICEP nomeado por José Sócrates, já depois de se ter afastado do seu partido de origem. Também Ribeiro e Castro, líder da bancada do CDS-PP na AM de Sintra, António Filipe deputado do PCP na Assembleia da República e líder de bancada da CDU na Assembleia Municipal de Sintra, bem como Sérgio Sousa Pinto, deputado na Assembleia da República, habitualmente conotado com a ala soarista do partido socialista e que será o novo presidente da Assembleia Municipal de Sintra, neste mandato em que o independente Basílio Horta assegurou a maioria absoluta pelo PS.
De especial relevância o discurso de Basílio Horta, onde o presidente enunciou os seus objectivos e as principais linhas de acção para o mandato que agora se inicia. Começou por agradecer a confiança dos sintrenses, referindo que essa confiança será retribuída “com mais trabalho, mais dedicação ao serviço público, mais solidariedade, mais e melhor segurança de pessoas e de bens…”
A temática dos incêndios teve um grande enfoque nas palavras de Basílio Horta, o que se deverá compreender à luz dos trágicos acontecimentos que por estes dias têm assolado o país. Anunciou o reforço de verbas para as 9 associações de bombeiros do concelho, referindo mesmo que “a Câmara Municipal de Sintra considera os corpos municipais de bombeiros como fazendo parte da sua própria estrutura” e anunciou a criação de uma Comissão Municipal de Defesa da Floresta.
Referiu depois a construção do novo Hospital de Sintra, como forma de minorar os graves problemas levantados pelo Hospital Fernando da Fonseca na Amadora, destacou os excelentes números do desemprego no concelho, 11.118 desempregados, dados de Setembro, representando, disse, a maior queda da taxa de desemprego a nível nacional.
O novo PDM do concelho, o apoio aos grupos teatro e aos 1.000 alunos que participam em orquestras escolares, a importância do Festival de Sintra, a aposta na internacionalização, a manutenção da CM de Sintra como a câmara com maior eficácia financeira no país, a descida do IMI até à taxa mínima permitida por lei (0,30) e finalmente, a aposta em valores como a transparência, igualdade, responsabilidade e participação, foram outros tantos temas tratados no discurso de tomada posse de Basílio Horta.
Nota negativa desta reportagem, o comportamento distante, pouco interessado, pouco colaborante e por vezes displicente dos representantes do departamento de comunicação da Câmara Municipal de Sintra, um ponto a melhorar, com toda a certeza.