Saúde | A Saúde na Pessoa Idosa – Liliana Faustino
por, Enfermeira Responsável na Casa de Repouso São José de Maria
Todos nós envelhecemos, afinal faz parte do curso da vida e é um processo natural inerente a todo o Ser Humano. Segundo a European Comission (2015), Portugal é o 4º país da União Europeia com maior percentagem de Pessoas Idosas, pelo que importa refletir nesta problemática, no sentido de serem adotadas estratégias que visem e promovam um envelhecimento ativo e saudável.
Muito embora o aumento da longevidade seja um fato apreciável, a qualidade dos anos de vida ganhos apresenta-se como um enorme desafio e ainda com um grande potencial de melhoria. Considerando o conceito de Envelhecimento Ativo proposto em 2002 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), esta melhoria dependerá do empenho de cada um, enquanto gestor da sua própria saúde, participação e segurança, e da sociedade como um todo, de modo a que sejam garantidas as oportunidades para tal, à medida que o envelhecimento acontece.
Continuarmos empenhados no desenvolvimento de políticas transversais e de estratégias de atuação multidisciplinares, flexíveis e de proximidade, que permitam e fomentem uma vida ativa, saudável e digna a todas as pessoas idosas, é uma obrigação moral e ética.
Sendo a saúde um dos três pilares fundamentais no conceito de Qualidade de Vida na pessoa idosa, importa refletir que 23% da carga global de doença é atribuível a condições que afetam pessoas com 60 ou mais anos. As condições de doença são na sua maioria as patologias crónicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, as neoplasias malignas, as respiratórias crónicas, as musculoesqueléticas (como a artrose e a osteoporose), (World Helth Organization, 2002), os distúrbios neurológicos e mentais, como a demência e a depressão, (Prince et al.,2015; World Helth Organization, 2002), destacando-se ainda o Acidente Vascular Cerebral e a Diabetes.
Desta forma torna-se emergente a adoção de medidas práticas que visem reduzir a prevalência, adiar o aparecimento e controlar o agravamento e o impacto das doenças crónicas na redução das capacidades físicas e mentais da pessoa idosa, com o objetivo de potenciar a sua autonomia.
Assim, deixo algumas recomendações que considero importantes:
– Adoção de uma alimentação saudável e equilibrada;
– Prevenção de quedas e de acidentes;
– Realização de vigilâncias de saúde regulares no seu Centro de Saúde;
– Prática diária de atividade física adaptada à sua respetiva funcionalidade;
– Cessação de hábitos tabágicos caso existam;
– Manter os seguimentos médicos nas especialidades adequadas às suas múltiplas patologias;
– Aderir ao seu plano terapêutico;
– Atender à sua dimensão física, social e espiritual;
– Vigiar sinais vitais de acordo com as patologias que apresenta;
– Evitar o isolamento social;
– Solicitar ajuda às Estruturas existentes na Comunidade;
– Ler os vários Programas e Estratégias Nacionais vigentes no Setor da Saúde, pois estes contemplam várias orientações direcionadas à população idosa.
Em suma, a velhice é maior surpresa da Vida, mas para que culmine num maravilhoso “Pôr do Sol” e não numa “Tempestade”, tem de diariamente ser o principal promotor de um Envelhecimento ativo e saudável, gerador de bem-estar global e funcionalidade.
Neste Mês de Julho não posso deixar de desejar um Feliz Dia a Todos os Avós, em Especial aos que cuido diariamente.
Liliana Faustino