De acordo com o Porto de Lisboa “ao longo da passada semana foram desembarcadas 823 unidades, sendo 760 de 108 metros e 63 unidades de 72 metros” de carris destinados requalificação da linha do Oeste. Já terão chegado a Lisboa, por via marítima desde Piombino, Itália, 4.744 toneladas de carris de um total de 9.500 toneladas (2 navios) que serão descarregados em meados deste mês.
A operação de descarga está a realiza-se diretamente do porão do navio para uma composição ferroviária, não existindo a necessidade de mais mudanças o que permite que os carris fiquem imediatamente prontos a sair do terminal.
Estas toneladas de carris foram adquiridas pela Infraestruturas de Portugal para concretizar a obra da duplicação da linha do Oeste, obra que deverá estar finalizada daqui a dois anos (meados de 2023).
Entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, a obra tem por objetivo a eletrificação e requalificação da via, estando prevista a realização dos seguintes trabalhos:
- Criação de dois desvios ativos, com uma extensão total de 16 quilómetros, para permitir o cruzamento de comboios sem necessidade de paragem – desvio ativo 1, com cerca de 10 quilómetros, entre a estação de Mira Sintra-Meleças e o apeadeiro de Pedra Furada e o desvio ativo 2, com cerca de 6 quilómetros, entre a estação da Malveira e o quilómetro 44,3 (a sul do Túnel da Sapataria);
- Eletrificação integral do troço no sistema 2 x 25kV – 50 Hz;
- Trabalhos de beneficiação em cinco estações e seis apeadeiros, com a criação de acessos para pessoas com mobilidade condicionada às plataformas de passageiros e alteamento das plataformas;
- Automatização e supressão de Passagens de Nível;
- Construção de nove passagens desniveladas;
- Reabilitação estrutural e rebaixamento da plataforma ferroviária para colocação da catenária nos túneis de Sapataria, Boiaca, Cabaço e Certã;
- Instalação de Sinalização Eletrónica, Telecomunicações e GSM-R (a presente empreitada a lançar tem a cargo a execução de caminhos de cabos, preparação de salas técnicas e instalação de antenas);
- Instalação do Sistema de Retorno de Corrente de Tração e Terras de Proteção.
Em meados de 2023, a viagem entre Torres Vedras e Lisboa passa a demorar cerca de 50 minutos (agora leva duas horas) permitindo ainda que as antigas locomotivas movidas as diesel possam ser substituídas e que passem a circular três vezes mais comboios.