O novo centro de saúde Mafra Leste ainda não está a funcionar e já é alvo de polémica.
Ontem, naquela que foi a última sessão da Assembleia Municipal deste mandato, Jorge Lourenço, presidente da União das Freguesias Venda do Pinheiro e Santo Estêvão das Galés e recandidato ao cargo nas eleições de Outubro, fez uma intervenção em que questionou a presidência da assembleia e da câmara, relativamente às razões subjacentes ao facto das novas instalações do centro de saúde, embora estando concluídas, ainda não terem sido inauguradas e ainda não estarem em funcionamento.
Em resposta, o presidente Hélder Silva, dando algum calor às suas palavras, afirmou ter entrado em contacto com uma fonte governamental que lhe terá referido ter sido o próprio primeiro ministro, António Costa, que se opôs à inauguração e à abertura do centro de saúde, por estarmos em época eleitoral. Mais referiu que situação idêntica estará a ocorrer com as novas instalações da GNR na Ericeira.
Na altura em que o presidente se expressava deste modo, Sérgio Santos, vereador do PS, num aparte repetido várias vezes, afirmou que o centro de saúde só não abre no dia em que o presidente Hélder Silva pretende, porque o que o presidente pretenderá, na realidade, será proceder à sua inauguração oficial, para daí retirar dividendos eleitorais.
Isso mesmo é reafirmado numa comunicação que aquele vereador do PS e presidente da comissão política de Mafra daquele partido, publicou numa rede social:
“Muito se estranha que uma pessoa com tantas habilitações académicas como o presidente da Câmara não saiba distinguir a diferença entre as palavras abertura e inauguração e confunda o próprio com o alheio:
1-Primeiro diz que o novo Centro de Saúde de Mafra Leste (Malveira) é uma obra sua e utiliza as redes sociais para o afirmar. No entanto tal Centro foi pago com dinheiro do Estado e de Fundos Europeus e onde a câmara contribuiu de forma mínima no seu financiamento, sendo que à câmara apenas foi cometida a gestão da obra.
2-Depois afirma que foi impedido de abrir o Centro por ordens do Governo. (mas se a obra era da câmara, como ele afirma, como pode o Governo impedir a abertura do centro? Parece que aqui o presidente da câmara emigrou para o país da Alice). Assim, e uma vez que a obra é da população ( e não do presidente da câmara) e deve estar ao serviço da população (e não ao serviço das intenções eleitoralistas de Hélder Sousa Silva) é manifesto, até por informação veiculada pelo Ministério da Saúde, que o centro de saúde pode abrir já, mas sem a inauguração que Hélder Sousa Silva gostava de fazer, para, à conta de dinheiro alheio, capitalizar para si votos. Convém também esclarecer que é a própria Comissão Nacional de Eleições que defende o entendimento que as inaugurações em período de campanha eleitoral devem ser reduzidas ao estritamente necessário. No entanto, porque para Hélder Sousa Silva as pessoas não contam, o mesmo recusa-se a abrir o centro de saúde sem a cerimónia de beija-mão de que tanto gosta… no fundo o culto do “querido líder”.”
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, através de 15 contratos celebrados por Concurso público ou por ajuste directo, no valor global de 64.464, 75 €, assegurou o apetrechamento deste novo centro de saúde que deverá abrir as portas depois do acto eleitoral de 1 de Outubro.