O futuro Parque Intermodal da Ericeira foi alvo de uma nova prorrogação do prazo.
Em abril, a empresa responsável pela construção solicitou uma prorrogação do prazo de execução da empreitada por 74 dias alegando a necessidade de aguardar por decisões da EDP e da Lisboa Gás, e devido à necessidade de saneamento e de alterações ao edifício, a pedido da concessionária dos transportes públicos.
A 18 de maio a AECI solicitou nova prorrogação do prazo, sendo atualmente, a data prevista para a conclusão da obra, o dia 26 de junho.
Desta vez para além do pedido de adiamento do prazo de entrega da obra a AECI informou da necessidade de realização de “trabalhos complementares” para “garantir a correta execução da empreitada, com a qualidade pretendida”.
Estes trabalhos complementares orçam os 108 961,39 €, sendo que “98 779,59 € correspondem a trabalhos complementares de natureza não prevista e 10 181,80 € de natureza imprevisível”.
A lista dos trabalhos complementares apresentada a 18 de maio foi muito extensa, tocando em vários aspetos da obra e constava dos seguintes trabalhos a mais, “de natureza não prevista” e de “natureza imprevisível:
1 – Reformulação do edifício de apoio, de forma a dar resposta às necessidades funcionais e técnicas, solicitadas pela empresa de transportes públicos. Estas alterações abrigam a mais compartimentos, incluindo mais instalações sanitárias e alterações nos acessos e, implicitamente, a aumentar o número de vãos (portas e janelas);
2 – Criar uma base / maciço de betão no exterior do edifício, de forma a permitir instalar um quiosque. Consequentemente, há a necessidade de reformular a zona do bar, a fim de compatibilizar as necessidades funcionais / compartimentos e os acessos;
3 – Como consequência dos pontos 1 e 2, todas as especialidades (água, esgotos, rede informática, segurança e ar condicionado) têm de ser complementadas, de forma a dar respostas às novas funcionalidades;
4 – Devido aos novos acessos mencionados nos pontos 1 e 2 e de forma a cumprir as regras das acessibilidades há a necessidade de baixar a cota do terreno na envolvente do edifício e do cais dos autocarros;
5 – Apesar do cálculo da estrutura da pala estar regulamentar, devido ao facto de haver ventos cada vez mais fortes o fornecedor da estrutura metálica da pala do cais dos autocarros, com base na sua experiência e num cálculo efetuado pelos seus serviços técnicos recomendou um reforço ao nível das sapatas de betão armado e também de alguns elementos metálicos estruturais, nomeadamente ao nível das madres, tendo a fiscalização considerado prudente executar o referido reforço;
6 – Aumentar os muros de suporte até ao lado nascente do armazém do Município de Mafra;
7 – Aumentar a área em betuminoso até ao portão de acesso do armazém municipal;
8 – Colocar um portão e uma vedação a separar o parque intermodal com o armazém municipal e o edifício da GNR;
9 – Pintar a fachada do edifício municipal que confina com o parque intermodal;
10 – Efetuar saneamento em zonas onde foram encontradas algumas nascentes, colocando orgãos de drenagem e efetuar enchimentos com tout venant;
11 – Executar um novo acesso ao parque intermodal, no lado norte, em rampa, incluindo muros de betão armado e laje de pavimento;
12 – Remodelar a envolvente das antenas, reduzindo a área de ocupação, obrigando a novos muros, sendo um de suporte e reaplicar a rede de vedação;
13 – Executar o ramal de gás, desde a Rua Alto da Camacha até ao armário e ainda a rede de gás do armário até ao edifício;
14 – Necessidade de relocalizar o equipamento eletromecânico do furo, obrigando a um maior comprimento de valas e de tubagens e a construção de um anexo;
15 – Aumentar a rede de rega a fim de regar o talude junto ao edifício municipal existente;
16 – Aumentar a zona de pavimentação, na zona dos autocarros, permitindo criar mais um lugar de estacionamento para autocarros;
17 – Devido ao facto de se ter constatado que os solos correspondentes à base da Rua Alto da Camacha e de parte da Rua dos Eucaliptos eram muito frágeis, há a necessidade de efetuar o respetivo saneamento, obrigando a escavar todo o terreno com fraca resistência e encher com tout venant, devidamente compactado;
18 – Devido ao desgaste do pavimento da Rua Alto da Camacha, desde a rotunda até à zona da entrada da GNR e também desde a Rua dos Eucaliptos até ao cruzamento para a Fonte Boa da Brincosa, há a necessidade de repavimentar estes troços deste arruamento.
Segundo o documento apresentado “os trabalhos correspondentes aos pontos 10 e 17, correspondem a trabalhos de natureza imprevisível” que surgiram “devido à imprevisibilidade dos terrenos de fundação”.
Desconhece-se a existência de estudos prévios à execução desta obra, e a existirem, desconhece-se a sua extensão e profundidade.
Esta empresa já tinha pedido prorrogações de prazos e revisões de preços nas obras de construção do centro e saúde de Mafra e do parque ecológico da venda do Pinheiro, obras cujo dono era também a Câmara Municipal de Mafra.
O volume de negócios da Aeci – Arquitectura, Construção e Empreendimentos Imobiliários S.A, uma empresa da Sobreira – Milharado, propriedade de Ricardo Manuel Rodrigues Batalha, com a Câmara Municipal de Mafra ou com as suas empresas municipais, ascende a mais de 33 milhões e meio de euros (2009 a 2020).