Registou-se ontem, 22 de agosto, o dia da sobrecarga do planeta, o dia em que “a humanidade passará a usar o cartão de crédito ambiental, visto que esgotou os recursos disponíveis para o ano inteiro”.
Uma vez que os recursos do nosso planeta para 2020 já estão esgotados, desde ontem, e até ao final do ano, a humanidade está já a utilizar os recursos naturais destinados ao próximo ano, 2021.
Os dados são da Organização internacional Global Footprint Network (GFN) e referem que “a Covid-19 causou a contração da Pegada Ecológica da humanidade e o adiamento da data do Dia da Sobrecarga da Terra em cerca de três semanas em comparação com o ano passado”.
A GNF deixa o desafio “os países têm agora o desafio de relançar a economia, aproveitando esta oportunidade única para rumar em direção a um futuro diferente, mais justo e sustentável”.
Todos podemos contribuir para a mudança. Entre as diversas soluções, que podem ter um impacto significativo no futuro do planeta, e que podem ser adotadas coletiva ou individualmente encontram-se: “a forma como produzimos os alimentos e a dieta que seguimos, a quantidade de bens que consumimos, a forma como nos movemos, as fontes de energia que utilizamos, quantos filhos temos, que área salvaguardamos para a vida selvagem”.
Segundo a Associação Zero com estas pequenas grandes mudanças podemos alcançar os seguintes objetivos:
- A redução da pegada de carbono em 50% permitir-nos-á acionar o cartão de crédito ambiental 93 dias mais tarde (final de novembro).
- Se reduzirmos a nossa pegada ligada à mobilidade em 50% e se assumirmos que um terço dos km são substituídos por transporte público e os restantes pela bicicleta e andar a pé, acionaremos o cartão de crédito ambiental 13 dias depois (para o início de setembro).
- Se reduzirmos o consumo de carne em 50% e substituirmos essas calorias por uma alimentação vegetariana, o cartão de crédito seria acionado 17 dias depois (para o início de setembro), com 10 desses dias a resultarem das emissões de metano evitadas.
- A redução do desperdício alimentar para metade permitirá atrasar o Dia da Sobrecarga do Planeta em 13 dias (para o início de setembro).
Ainda de acordo com a GNF “o défice ecológico global começou no início da década de 1970. Agora, a dívida ecológica acumulada resultante é equivalente a 18 anos terrestres. Por outras palavras, o planeta necessitaria de 18 anos de regeneração para inverter os danos decorrentes do uso excessivo dos recursos naturais, assumindo que o uso excessivo seria totalmente reversível. As soluções apontam para a possibilidade de vivermos dentro dos limites do nosso planeta. Se a data se mover (#MoveTheDate) 5 dias por ano, a humanidade poderá alcançar este objetivo antes de 2050”.