Na Área Metropolitana de Lisboa 51% das pessoas desistiram de comprar ou arrendar casa devido ao preço
Foram apresentados na semana passada os dados do Observatório do Imobiliário da Century 21 Portugal, que traçam o perfil de quem compra, arrenda e vende casa em Portugal, quais as suas aspirações versus a sua realidade.
De acordo com este documento, em 2024, 65% das pessoas moram em casa própria e 32% em casa arrendada, sendo que 92% preferiam a sua casa própria.
Quem procura casa em Portugal são sobretudo mulheres, com idades entre os 30/39 anos, 59% são famílias de 2 ou 3 pessoas e 73% quer ficar na mesma cidade.
As principais razões para procurar/vender casa ou arrendar são as seguintes:
- ser independente: 21%
- casamento/união de facto: 14%
- mudar para uma casa/zona melhor: 13%
Área Metropolitana de Lisboa
Na Área Metropolitana de Lisboa (AML), as mulheres são quem mais procura casa (68%) na sua maioria têm entre 30-39 anos (32%) (entre os 18-29 anos: 21%, acima dos 40 anos: 23%). 58% de quem procura casa na AML são famílias de 2 ou 3 pessoas.
A grande tendência passa por procurar um apartamento usado sem necessidades de obras.
Na AML quem procura casa quer:
- ficar na mesma cidade: 72%
- zonas junto ao centro da cidade: 50%
- apartamento: 70%
- casa usada sem necessidade de obras: 68%
- segurança na zona: 97%.
Quanto ao tipo de casa:
- 60% pretende casa com 76 a 120 m2
- 45% pretende T3
- 51% pretende 2 wc.
Em Portugal, a maioria das pessoas que procuram T3 para comprar ou arrendar, vê-se obrigada a optar por um T2.
Casas com garagem, arrecadação e varanda são as preferidas. As valências mais procuradas na envolvente de uma nova casa são a facilidade de estacionamento, existência de áreas verdes e a proximidade com o comércio e os equipamentos de saúde.
Já no que se refere ao investimento:
- 39% recorre a financiamento entrando com uma parte de capital próprio
- 50% quer uma casa entre 100.000 € e 200.000 €
- 31% procura renda até 500 €
Tal como no resto do país, a principal razão para procurar casa é ser independente (20%), segue-se o procurar uma casa/zona melhor (17%) e querer abandonar o arrendamento (14%).
As pessoas que procuram casa não estão dispostas a ceder:
- do facto de o apartamento/casa não ser novo ou não precisar de obra: 31%
- do facto de o apartamento/casa ter umas área inferior: 27%
Na AML, 51,2% das pessoas que decidiram não comprar ou arrendar casa, desistiu devido ao preço/renda, seguindo-se o facto de decidirem não ser aquela a altura certa para comprar um imóvel (27,9%).
O estudo mostra que, em relação a 2018, em 2024:
- Há maior apetência para mudar de cidade (24% para 28%)
- Moradias isoladas cativam mais procura (15% para 24%)
- A habitação usada sem necessidade de obra predomina na mesma, mas há maior disponibilidade para comprar em planta (2% para 8%) e menor apetência para fazer obras em usados (23% para 15%)
- Há menor apetência para áreas pequenas. As casas até 75 m2 representavam 26% e estão agora em 13%. Deslocação para a faixa das áreas entre 76 e 120 m2
- Forte incremento dos preços. Aumento na ordem dos 30%, traduzidos numa diferença de 50.000 €, para 216.466 €.
- Duplica a fatia de procura que recorre à venda da casa antiga para financiar a compra de uma nova (12% para 25%)
- Renda aumenta 21% para 666 € (+ 116 €)
- Hoje abdica-se principalmente no estado de uso da casa (em ser novo ou não precisar de obras), quando antes o principal ponto de cedência era na área