Mafra | Molhe do Porto de Pesca da Ericeira terá nova reparação provisória
Desde a conclusão da sua construção em finais da década de 70 do século passado, o quebra-mar do Porto da Ericeira foi alvo de sucessivos processos de destruição e das consequentes e vultuosas obras de reabilitação e reforço.
A passagem de duas depressões — Elsa e Fabian — em dezembro de 2019 (ver artigo) causaram fortes danos estruturais no molhe do Porto de Pesca da Ericeira, tendo-se realizado de obras (de carácter provisório, como sempre) de recarga da cabeça do quebra-mar em 2020 e em 2021/2022.
Segundo a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), os últimos levantamentos topo-hidrográficos, realizados, entre o final de abril e o início de julho de 2024, mostram que “o material colocado na cabeça do molhe nas duas obras de recarga foi removido na sua totalidade ou quase totalidade por ação das tempestades marítimas entretanto ocorridas no período de 2022-2024”.
Em setembro, o quebra-mar encontra-se “sem uma parte considerável da sua cabeça de proteção, estando vulnerável estruturalmente e sujeito a danos progressivos que poderão envolver destruição do corpo do quebra-mar”.
Uma vez que “não existem ainda condições para se avançar para a obra definitiva”, em outubro de 2024 a DGRM abriu um concurso público para uma nova e recorrente empreitada de recarga da cabeça provisória do Molhe do Porto da Ericeira (ver artigo).
O contrato para a realização desta nova obra foi assinado em meados do mês passado (dezembro de 2024), e as obras visam, como tem ocorrido recorrentemente, “a recarrega da cabeça do quebra-mar, reconstruída em 2020, com o objetivo de reduzir destruições mais gravosas na cabeça e em todo o seu corpo durante o próximo ou próximos invernos marítimos, e enquanto se desenvolvem os estudos necessários a uma intervenção definitiva do molhe”.
A obra será realizada pela Teixeira Duarte — Engenharia e Construções, orça os 595.988,15 € (valor ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor) e tem um prazo de execução de 60 dias.
Continuamos a comprar meias em segunda mão, porque fica mais barato, mas ao fim do dia (dos decénios), as meias ficam-nos ao preço do ouro. Pagam os contribuintes, claro. Desde que o país faz parte da UE, pagam os portugueses e pagam os parceiros europeus, uma vez que, frequentemente, há fundos comunitários envolvidos. Ganham (politicamente) as câmaras que pressionam as entidades nacionais a fazer as recorrentes obras, e ganham (politicamente) os governos que as autorizam, só perdem os contribuintes que as pagam.