O “mafrense” por residência, António Mendes Calado, tomou posse como Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional em março de 2018 tendo sido reconduzido no cargo em fevereiro deste ano, por um período máximo de 2 anos.
Ontem ,ao final do dia a imprensa nacional avançou que o Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), Almirante António Mendes Calado, ia ser exonerado. No final da tarde de ontem, Mendes Calado, que se encontrava de férias, terá sido convocado para uma reunião com o ministro da Defesa, reunião em que terá sido informado que a proposta da sua exoneração iria seguir para o Presidente da República – é o Presidente da República que nomeia e exonera os chefes militares por proposta do Governo.
Hoje, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, afirmou que existiu “um erro de perceção” e que a substituição de Mendes Calado acontecerá “num momento adequado” ,acrescentando que “foi acertado um determinado momento para isso ocorrer”, mas que esse momento “não é este momento”.
Sem especificar qual é o momento a que se referia, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que o Almirante Mendes Calado “mostrou disponibilidade para prescindir de parte do tempo para poderem aceder à sua sucessão camaradas seus antes de deixarem a atividade”.
A polémica desta exoneração surge na sequência da deterioração das relações entre o almirante Mendes Calado com o Governo e com o chefe do Estado Maior da General das Forças Armadas (CEMGFA) facto, que no início deste mês levou Mendes Calado a pedir uma reunião de urgência com o Presidente da República.
As divergências iniciaram-se com o processo de reforma do comando das Forças Armadas, processo ao qual se opuseram o CEMA e os chefes militares do Exército e da Força Aérea, tendo-de deteriorado ainda mais, depois do veto do ministro da Defesa e do CEMGFA ao nome do contra-almirante Oliveira Silva (que pediu para passar à reserva assim que o seu nome foi vetado) proposto pelo CEMA para comandante naval.
O vice-almirante Gouveia e Melo, que ontem anunciou o fim da missão da task force da vacinação contra a covid-19 afirmou então: “Vou voltar ao anonimato das minhas funções militares”.
[Imagem: ministério da Defesa Nacional]