Assinala-se hoje o Dia Internacional dos Museus e o Palácio Nacional de Mafra proporcionou a cerca de 4 centenas de visitantes, divididos em pequenos grupos, a oportunidade de visitar espaços menos comuns do monumento.
O Jornal de Mafra acompanhou uma dessas visitas, que partindo dos corredores dos Órgãos, subiu aos terraços e passou pelos mecanismos dos carrilhões.
A visita guiada por Fernanda Santos iniciou-se junto à entrada principal do Palácio rumando à Basílica do Palácio Nacional de Mafra onde “de baixo para cima” pudemos ver e os 6 órgãos ibéricos (porque têm trompetes horizontais) que ali existem, complementando a visão com os comentários de quem sabe do que fala.
Construídos pelos organeiros portugueses: António Xavier Machado e Cerveira, e Joaquim António Peres Fontanes, embora diferentes entre si, têm várias características comuns. Não foram todos inaugurados na mesma data, tendo os dois primeiros sido inaugurados em 1806 e os dois últimos em outubro de 1807.
Ao tempo, os gastos com os órgãos – sem os ornamentos metálicos – atingiu os 30 mil reis.
No conjunto os 6 órgãos têm 12 mil tubos de diversas dimensões, os mais pequenos terão a dimensão de uma esferográfica enquanto o maior deles mede 6,80 metros.
Ao longo de vários anos, os órgãos foram sujeitos apenas a intervenções superficiais, mas em 1760 já por cá andou um irlandês a fazer reparações. O restauro global do conjunto dos 6 órgãos apenas teve início em 1998 tendo levado 12 anos a ser concluído.
Subimos depois umas escadas, que nos levaram a um patamar mais elevado, ao nível dos órgãos, onde pudemos observá-los de frente, e subindo mais um patamar, pudemos observa-los de cima. Nestas subidas e paragens nos varandins da Basílica foi possível observar mais de perto as belíssimas aplicações que ornamentam os órgãos, tais como violinos, flores ou penas de escrever.
Passamos por aquilo que terá sido um dos primeiros graffiti de Portugal, uma inscrição na parede feita em 1900 por Tomás de Melo Breyner, médico do rei Carlos I e 4.° Conde de Mafra.
Por fim, umas escadas em caracol levaram-nos “ao céu”, aos terraços do Palácio Nacional de Mafra. Apesar de o São Pedro não ter colaborado com a visita e ter borrifado os visitantes com uma incomodativa chuvinha, a nossa guia mostrou-nos lá de cima, onde se situa a divisão entre palácio e convento, onde fica a biblioteca, a entrada para a enfermaria e outros tantos pormenores que a imensidão vista lá de cima permite observar.
Por fim, uma porta situada sob da torre sineira mais a sul, levou-nos ao mecanismo do carrilhão e dos relógios, permitindo-nos fazer a ligação entre os dois carrilhões, iniciando-se depois a descida que daria por concluída a nossa viagem.
Aqui ficam algumas espetaculares imagens desta visita.