A sessão de câmara que decorreu hoje nos Paços do Concelho de Mafra já teve algum sabor a democracia. Teve público, embora a única munícipe que se propôs intervir nesta sessão, tenha sido mantida no exterior da sala onde a reunião decorria, até que a ordem de trabalhos exigisse a sua presença, de modo a que pudesse intervir, e o único jornalista presente, tenha sido chamado a entrar na sala, já a sessão se tinha iniciado, sendo algo que, infelizmente, não constitui novidade.
A sessão, no que à ordem de trabalhos diz respeito foi tão tranquila quanto quase todas as outras, com a maioria a ver aprovadas quase todas as iniciativas político-administrativas do executivo, que a maioria decide referendar.
Nesta sessão, a merecer especial realce, dois episódios, ambos com uma origem exterior à própria câmara.
O vereador Sérgio Santos (PS), no período antes da ordem do dia, referiu-se à questão do momento, as declarações de Hélder Silva num webinar do PSD, quando admitiu ter identificado os doentes diagnosticados e suspeitos de covid-19, junto dos “seus” presidentes de junta. A esse propósito, este vereador da oposição afirmou concordar com Hélder Silva, “por isso, eu acho que os presidentes de junta devem ter os dados das pessoas que estão contaminadas […] porque se nós os queremos ajudar, temos de saber onde eles estão se as queremos ajudar”, no entanto, mais adiante, este vereador afirmou haver algo que não compreendia, “não compreendo é como é que se faz política, politiquice, com isto num seminário do PSD […] o senhor foi para um seminário do PSD, publicamente, dizer que dava os dados aos presidentes de junta e que dava as moradas […] além de dar os dados, eles quando veem a pessoa na rua ligam para as autoridades, ora se dá a morada, não dá o nome, então […] como é que o presidente de junta sabe qual é aquela que está infetada? […] a discriminação que aquelas suas palavras criam é grave […] o senhor, ali, fez politiquice” […] o senhor vale mais do que isto […] as juntas de freguesia precisam de saber os dados, mas não para serem pides, para serem bufos das autoridades […] mas para os doentes terem carinho, terem quem os aconselhe e quem os ajude […] o senhor deve retratar-se”.
Por seu lado, Hélder Silva, político experimentado, respondeu como seria de esperar, afirmando que as declarações em causa foram proferidas no âmbito partidário, e que estando numa reunião de câmara, não as iria comentar, e foi o que fez.
O segundo episódio a merecer destaque resultou da intervenção de uma munícipe, que algo revoltada, se referiu a várias situações, todas elas relacionadas com estabelecimentos de restauração localizados na orla costeira do município, nomeadamente em Ribeira D’Ilhas. Tratou-se de questões relacionadas com a instalação de esplanadas, com o atraso ou a falta de resposta por parte dos serviços camarários, com os conflitos de competências entre entidades que supervisionam as zonas costeiras, com a existência de fossas a debitar para a praia de S. Julião, na área da responsabilidade do concelho de Mafra, a partir de um bar que não teria concessão ou nadador salvador, tendo-se ainda esta munícipe referido a dúvidas relativas à atribuição de espaços a bares instalados em Ribeira D’Ilhas. Por se tratar de uma situação a merecer aprofundamento informativo, esperamos retomar este tema noutros artigos.
O Jornal de Mafra e a DGS Aconselham
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