Decorreu hoje durante a manhã, no Palácio Nacional de Mafra, o XII Encontro COTEC Europa. Este ano, o encontro teve por tema as implicações da “4ª revolução industrial” no trabalho.
A abertura do Encontro esteve a cargo do Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, que referiu ser necessário “usar a enorme capacidade da nossa indústria, dos nossos jovens e das nossas empresas de software para estar à frente e liderar e não seguir atrás”.
Seguiram-se os painéis moderados por John Gapper (Financial Times) e Pedro Pinto(TVI), em que participaram vários oradores. Entre os oradores estiveram Carlos Moedas, Comissário Europeu de Investigação, Ciência e Inovação, Carvalho da Silva da CGTP–IN e o humorista Eduardo Madeira.
Falou-se sobre a evolução da robotização a vários níveis e o painel pronunciou-se relativamente às vantagens e desvantagens desta “4ª revolução industrial”.
Ana Teresa Lehmann, Secretária de Estado da Indústria e Francisco de Lacerda, Presidente da COTEC Portugal fizeram os discursos finais antes da chegada dos chefes de estado de Portugal, Espanha e Itália.
Os discursos do Presidente de Itália, do Rei de Espanha, Felipe VI e de Marcelo Rebelo e Sousa, Presidente da República de Portugal encerraram os trabalhos.
Marcelo Rebelo de Sousa sabe que “nada parará a mudança” e que esta mudança “poderá ser mais ou menos rápida, mais ou menos duradoura e, sobretudo, mais ou menos justa conforme seja acompanhada, para não dizer antecipada, por uma União Europeia 4.0, sistemas políticos 4.0, sistemas sociais 4.0 (…) não basta pensar no novo trabalho, nos novos empregos, é preciso pensar nas crescentes desigualdades, nas crescentes clivagens, nas pessoas concretas, seus diversos tempos e seus múltiplos modos”.
O presidente alertou ainda para o facto de “não podemos querer ter economias 4.0 com sistemas políticos 2.0 ou 3.0. Podem não inviabilizar, mas travam com certeza o ritmo do futuro”.
Felipe VI, Rei de Espanha, afirmou que “hoje mais do que nunca” se deve promover “em todos os níveis educativos o valor da adaptação à mudança“de modo a garantir que “desfecho tecnológico seja mais justo e inclusivo”. O Rei de Espanha alerta ainda para o facto de não podermos “prever cenários futuros com base nas possibilidades actuais” e que os humanos não são substituíveis por máquinas em todas as profissões pois “os robôs e algoritmos centram-se em tarefas previsíveis que não requerem criatividade”.
O Jornal de Mafra forneceu imagens deste evento a uma agência de notícias espanhola.