Mafra | Parque ecológico V. Pinheiro e Centro Saúde Mafra – Empresa AECI recebe mais 778 mil euros por trabalhos a mais

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Parque Ecológico e Intermodal da Venda do Pinheiro- Relação dos trabalhos a mais apresentada pelo empreiteiro
[AECI – Arquitectura Construções e Empreendimentos Imobiliários, S. A.]

Valor inicial da adjudicação – 2 279 495,05 €
Valor Final – 2 578 398,84 €
Diferença – 298 903,79 €

Trabalhos a mais

  • Remodelar as redes de eletricidade e telefones na zona da rotunda
  • Remodelar parte da rede de abastecimento de água, na zona da rotunda
  • Remodelar a zona do parque intermodal, de forma a permitir a circulação de autocarros no interior do mesmo
  • Criar 6 cais para passageiros dos transportes públicos, com os respetivos abrigos em macieira
  • Construir uma nova portaria de acesso à EB 2,3
  • Melhorar os circuitos hidráulicos inerentes ao lago
  • Colocar 10 000 m2 de relva em tapete
  • Colocar infraestruturas para cctv e wifi

O empreiteiro afirma: “Informa-se que estes trabalhos adicionais são indispensáveis para a conclusão e boa execução da empreitada“.

Rede elétrica e telefones, abastecimento de água, cais para passageiros (no projeto de um intermodal não se fez um cálculo certo do nº de cais necessários), melhorar circuitos do lago, colocar relva, vigilância vídeo e wifi, estas são, sinteticamente, as obras a mais.

Durante o planeamento da obra, esqueceram-se de considerar 6 cais para passageiros dos transportes públicos; tiveram necessidade de remodelar a zona do parque intermodal, de forma a permitir a circulação de autocarros no interior do mesmo. Os técnicos da câmara reviram o planeamento da obra antes desta se iniciar?

 

Construção da Unidade de Saúde Mafra-Norte –Relação dos trabalhos a mais apresentada pelo empreiteiro
[AECI – Arquitectura Construções e Empreendimentos Imobiliários, S. A.]

Valor inicial da adjudicação – 2 287 997,65 €
Valor Final – 2 767 797,86 €
Diferença – 479 800,21 €

O empreiteiro afirma: “Informa-se que estes trabalhos adicionais são indispensáveis para a conclusão e boa execução da empreitada“.

Trabalhos a mais

  • Aumentar a potência de alimentação elétrica ao edifício, devido às novas necessidades da sala de RX
  • Colocar rede de oxigénio, na zona das urgências
  • Colocar rede de retorno no circuito da água quente
  • Transformar em gabinetes, 4 espaços de arrumos do piso superior, 
  • Criar escadas técnicas até à cobertura
  • Ampliar a sala de “movimento” (fisioterapia), anulando um terraço
  • Efetuar melhoramentos na zona dos balcões e salas de espera
  • Aumentar o n° de armários
  • Aumentar o no de cacifos
  • Efetuar um aproveitamento em cave, sob parte do piso 0
  • Criar um acesso de viaturas à cave
  • Necessidade de aumentar o número de estacionamentos
  • Necessidade de melhorar a drenagem das águas pluviais no logradouro
  • Ampliar as zonas a intervencionar na envolvente do edifício, nomeadamente na Rua do Castelo, no Largo Brito Gorjão e na Rua da Misericórdia, incluindo melhoramentos na rede de águas pluviais e de iluminação pública

Aumentar a potência de alimentação elétrica – segundo informação prestada pelo Presidente da Câmara Municipal, esta necessidade resulta do facto de se ter pensado inicialmente, manter o vetusto e frequentemente inoperacional aparelho de raios x actualmente em funcionamento no centro de saúde, tendo-se optado depois pela compra de um aparelho novo – a questão aqui será a de saber quem é que pôs sequer a hipótese de continuar a utilizar o actual aparelho de raios x. Fica a ideia de não ter havido qualquer consulta prévia aos técnicos, médicos e enfermeiros do centro de saúde, pois, se isso tivesse acontecido, o projecto inicial não deixaria, seguramente, de contemplar um novo aparelho de raios x.

No projeto, esqueceram-se da rede de oxigénio nas urgências e da rede de retorno no circuito da água quente? Tiveram de transformar arrumos planeados em gabinetes? O projeto foi feito a partir de uma análise fictícia de necessidades? Aumentar o nº de armários de cacifos? Enganaram-se no cálculo do número de efetivos a operar no centro de saúde? Aproveitar a cave abaixo do piso 0, criar acesso de viaturas à cave, aumentar o nº de estacionamentos? Quem fez o projeto estava em estágio profissional ou estes “remendos” são da responsabilidade da gestão camarária ou estará a responsabilidade do lado do Ministério da Saúde? Finalmente, esqueceram-se da envolvente no projeto original?

No conjunto destas duas obras, ambas fiscalizadas pela câmara de Mafra, ambas comparticipadas pela câmara de Mafra, o desvio orçamental vai em cerca de 779 mil euros. A obra do Intermodal da Venda do Pinheiro é da responsabilidade exclusiva da câmara de Mafra, sendo que esta obra resvalou não só em termos orçamentais como em termos temporais, no caso da construção do centro de saúde de Mafra houve também algum ultrapassar de prazos, que parecem justificar-se pelos achados arqueológicos encontrados no espaço da obra.

Não vimos nenhum vereador da maioria ou da oposição colocar alguma destas questões, as quais, de resto, nem exigem grande conhecimento técnico. A ter havido falhas, quem é que falhou? Os projetistas, o empreiteiro, os serviços técnicos da câmara na análise efetuada na fase de planeamento, ou no acompanhamento da obra, ou a responsabilidade é exclusivamente política?

A empresa AECI – Arquitectura Construções e Empreendimentos Imobiliários, S. A., que em ambos os casos vem afirmar: “informa-se que estes trabalhos adicionais são indispensáveis para a conclusão e boa execução da empreitada”, adicionará assim mais 778 704 € ao seu já muito significativo volume de negócios com a Câmara Municipal de Mafra e com a sua empresa municipal.

Estes trabalhos a mais foram aprovados por unanimidade na última reunião ordinária da vereação da Câmara Municipal de Mafra.

 

[Imagem: Antónia Almeida]

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