Na Estrada de Almada há um espaço comum onde funciona um grupo de empresas. Cerca das 17h30 declara-se um incêndio numa viatura que estava estacionada no parque privativo desse espaço.
Contactadas as entidades que tomam conta destas ocorrências, acorreram ao local elementos da GNR e ainda uma ambulância e 2 viaturas com 8 elementos dos Bombeiros Voluntários de Mafra. A intervenção foi pronta e não há feridos a registar. O incidente ficou a dever-se a um incêndio que deflagrou numa viatura estacionada ao ar livre no parque de estacionamento daquele espaço.
Chegados ao local, os repórteres Jornal de Mafra dispõem-se a fazer as imagens que acompanham este artigo. Do outro lado da rua, junto a uma viatura dos Bombeiros de Mafra, uma senhora bombeira começa a gritar para os repórteres (não importa aqui, sequer, a lei de imprensa, a tomada pública de imagens de bombeiros a socorrer populações não requer autorização, nem exige um estatuto especial de quem recolhe as imagens, desde que não perturbe as operações, nem invada espaço privado) “Não pode tirar fotografias! Não pode tirar fotografias!”, gritava a senhora bombeira do outro lado da rua. Contactámos então a GNR presente no local, de modo a obter protecção, caso se mostrasse necessário.
Não se pode fotografar bombeiros em acção no espaço público? A direcção dos Bombeiros Voluntários de Mafra defende esta tese, no âmbito da formação que ministra aos seus elementos? Em que país da Europa, excepto, pelos vistos, em Mafra, é que uma bombeira se sente capaz de decidir que os bombeiros no decurso da sua actividade pública, não podem ser fotografados num espaço público. Mais do que isso, não só pretendeu tomar a decisão como não se coibiu de interpelar a fotógrafa. Espantoso. Só em Mafra, mesmo.
De salientar a actuação correcta da GNR, quando a ela recorremos, na perspectiva de podermos exercer os direitos que a lei nos confere, nem tanto por sermos jornalistas, mas por sermos cidadãos a fotografar bombeiros em acção, a partir de um espaço público e sem perturbar a acção das forças de socorro.
Como cidadãos, temos a esperança de que esta manifesta falta de formação não seja comum à generalidade do corpo de bombeiros de Mafra e esperamos, sobretudo, que estes problemas de formação não se estendam às áreas operacionais.