A cerimónia de celebração do Dia do Município decorreu este ano na Sala Elíptica da Escola das Armas, com casa cheia, onde se destacavam muitos funcionários da câmara, dirigentes dos serviços municipais, eleitos locais pertencentes à Assembleia Municipal, à Câmara Municipal e às 11 freguesias do concelho, familiares dos homenageados e como é habitual, muitos representantes das muitas associações do concelho que dependem do município para desenvolverem as suas atividades.
O discurso de José Bizarro, Presidente da Assembleia Municipal e de todos os deputados municipais, os da maioria e os das oposições, foi norteado por duras críticas ao governo da república e pelo elencar das reivindicações do concelho em função da análise que fez da situação do país. Como tem sido habitual, o discurso de José Bizarro nesta ocasião assume caraterísticas claramente programáticas e ideológicas, um discurso em que o presidente da Assembleia Municipal de Mafra toma as dores do PSD, um discurso que assumiu tons de candidatura política.
também em Portugal vivemos tempos de incerteza…Um país cada vez mais pobre…Um país altamente endividado…Um país onde alguns se regozijam pelo crescimento económico previsto para 2022, mas se esquecem de referir que somos o 8.º país mais lento a recuperar os níveis de PIB pré-pandemia…Um país onde não se implementam reformas estruturais…Um país que, caso nada de estrutural seja feito, terá um sistema de segurança social colapsado…Um país em que o maior envelope financeiro europeu de sempre vai em 65% para o Estado…Um país onde, antes de 30 de janeiro, se prometeram creches gratuitas para todos, e agora final já não é para todos, e em que ninguém iria perder poder de compra…
Hélder Silva, por sua vez, dedicou o seu discurso ao elencar do trabalho desenvolvido pela câmara no último ano e à apresentação dos objetivos gerais para o ano que se avizinha. Destaque especial para adesão do município aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável aprovados pela Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Esta agenda é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade, visando fortalecer a paz universal com maior liberdade. É uma jornada coletiva, entre países, municípios e instituições, atuando em parceria colaborativa. Neste simbólico Dia do Município, fazemos público anúncio de que Mafra adota os ODS como um roteiro a seguir.
A cerimónia prosseguiu com o município, representado pelo seu presidente a assinar uma carta de compromisso de integração na Iniciativa Global Cidades ODS. A ONU esteve representada por Douglas Ragan, Gestor de Programas da Unidade de Direitos Humanos e Inclusão Social Infantil e Juvenil.
As medalhas que todos os anos, neste dia são atribuídas pelo município couberam desta feita, na classe de Mérito Municipal grau ouro, a Armando Monteiro, ex-vereador da câmara de Mafra, ao Brigadeiro-General João Luís Morgado Silveira, atual comandante da Escola das Armas, ao Grupo Desportivo da Igreja Nova, a Judite Duarte, atual chefe de gabinete de Hélder Silva e a Rui Cravina, empresário na área da segurança.
A Alice Vieira, ex-jornalista e escritora de renome nacional e internacional, personalidade com fortes e duradouras ligações ao concelho, foi atribuída a mais importante medalha municipal, a Medalha de Honra da Vila de Mafra.
Estranhamente, ou talvez nem por isso, embora a distinção atribuída a Alice Vieira o tenha sido, e justamente, em função da ligação da escritora ao concelho, e embora tenha sido justamente citada a colaboração de Alice Vieira com vários órgãos de comunicação social, a câmara de Mafra optou por omitir a colaboração que Alice Vieira mantém, desde a sua fundação, com um jornal do concelho, mais precisamente, com Jornal de Mafra. Entendemos esta omissão do município, mas ao contrário daquilo que seria de esperar, esta omissão, da responsabilidade do município, só nos enobrece, pois, representa o reconhecimento, implícito que seja, da independência deste órgão de comunicação social.
