Mafra || Degradação urbana acentua-se na Vila Velha em edifício propriedade da câmara de Mafra [com imagens]

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Degradação urbana acentua-se na Vila Velha em edifício propriedade da câmara de Mafra

 

Localizado em Mafra, na Vila Velha, a um passo da Igreja de Santo André – erigida no século XIV durante o reinado de D. Dinis e monumento nacional – arrasta-se em penosa degradação, um edifício que albergou os serviços da Santa Casa da Misericórdia de Mafra.

Este edifício é propriedade da Câmara Municipal de Mafra e depois de demolido, ali deverá ser erigido um novo edifício, com custos suportados pela câmara de Mafra, edifício que depois de pronto, será entregue gratuitamente à Misericórdia de Mafra.

Na verdade, o facto de aquele espaço confinar com a igreja de S. André condiciona a efetivação de obras, uma vez que se situa na área de proteção de um monumento nacional, exigindo intervenções técnicas e autorizações da DGPC, para que seja possível demolir ou construir. No entanto, foi já demolida uma parte do edifício, foram já emparedadas algumas janelas com tijolos, isto, enquanto a maior parte do edifício continua a ver os seus vidros partidos e as suas janelas destruídas, continuando a permitir o acesso ao seu interior e a dar um ar degradado e degradante aquele espaço da vila.

Todas estes percalços se coadunam muito mal com o facto de a propriedade do edifício ser de uma Câmara Municipal, dando um péssimo exemplo aos privados do concelho

Contribuirá para este estado de coisas, o facto de edifício e terreno serem propriedade de uma câmara municipal, não havendo, pois, uma entidade externa com capacidade para obrigar o proprietário a pugnar pelo ordenamento da paisagem urbana naquele local ?

Terá contribuído para este estado de coisas, o facto de a câmara ter como vice-presidente, o presidente da mesa da Misericórdia de Mafra, entidade que usou o edifício, que o deixou degradar, e que o irá utilizar novamente depois de a câmara municipal o demolir e voltar a construir?

Será tudo isto que justifica o atual estado das coisas e o silêncio que se tem gerado em torno deste caso, nos meios do poder e da oposição concelhia?

De qualquer modo, a verdade é que o estado do edifício não destoa do estado de muitos outros edifícios pelo concelho fora. A diferença é que, nos edifícios privados – veja-se aqueles que se situam na área de proteção do Palácio de Mafra – as janelas e as portas estão fechadas, o acesso ao interior dos edifícios degradados está dificultado e a aparência de degradação urbana que deles exala não atinge os níveis pornográficos que se podem observar, há anos, no antigo/próximo edifício da Misericórdia de Mafra.

 

 

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