As comemorações do lançamento da 1.ª Pedra da construção do Real Edifício de Mafra concluíram-se ontem um concerto evocativo que encheu a Basílica do Palácio Nacional. Três coros do Coro Voces Caelestes e os 6 organistas (Sérgio Silva, Inês Machado, David Paccetti Correia, Margarida Oliveira, Diogo Rato Pombo e Daniela Moreira) sob a direcção de Sérgio Fontão produziram a noite ao som das melodias de Cantochão, da Sinfonia para a Real Basílica de Mafra de António Leal Moreira e de cânticos do ordinário da missa de compositor português anónimo dos finais do século XVIII.
A procura de bilhetes para assistir ao concerto que encerrou as comemorações do ano do tricentenário foi de tal ordem que a câmara decidiu transmitir em directo para o Terreiro através de ecrãs gigantes instalados no exterior da Basílica.
O inicio do concerto ficou marcado por protestos de populares que não conseguiram lugar no interior da Basílica. Estes protestos obrigaram a GNR a intervir, de modo a que as portas pudessem ser encerradas em segurança.
Neste tipo de iniciativas, com lugares limitados, os organizadores, nomeadamente a câmara municipal, reservam habitualmente para si um número, por vezes muito significativo de bilhetes, bilhetes que são distribuídos pelos presidentes de junta, membros de assembleias municipais, dirigentes das empresas municipais, parceiros económicos e financeiros, associações financiadas e outras organizações cuja actividade gravita em torno do executivo. Esta escolha de públicos, quando se trata de eventos que despertam muito interesse à população em geral, tendo em consideração a lotação limitada da basílica, leva à extrema dificuldade que o “comum dos mortais” sente no acesso a este tipo de eventos.