Segundo o Ministério Público, 426 987,99 euros terão sido desviados do Colégio São Mamede (Batalha) e do Colégio Miramar (Mafra), entre os anos de 2010 e 2014, valores provenientes da venda de livros, material escolar, fotocópias e bens alimentares aos alunos e utentes destes colégios.
Os funcionários dos serviços administrativos e do departamento financeiro, por ordem dos administradores, agora arguidos, procediam do seguinte modo: “se os alunos e utentes dos colégios do grupo GPS faziam pagamentos em cheque ou moedas, esses valores eram “depositados na conta bancária aberta em nome desses colégios”. Se os alunos pagavam em notas, eram “entregues aos administradores, ou a pessoas da sua confiança que lhos entregariam””, segundo avançou o Observador depois de ter acesso a acusação do Ministério Público.
Na acusação do Ministério Público pode ainda ler-se “Bem sabiam que as quantias em causa lhes não pertenciam, mas sim aos respectivos colégios, aproveitando-se do acesso que às mesmas tinham, por força das funções de gestão, administração e direção que exerciam, com o propósito, concretizado, de se enriquecerem e aos seus patrimónios pessoais“.
A 23 de Março o Ministério Público (MP), requereu “o julgamento, em tribunal colectivo, de sete arguidos (dois ex-decisores públicos e cinco administradores), pelos crimes de corrupção activa e passiva, peculato, falsificação de documento agravada, burla qualificada e abuso de confiança qualificado.” dos arguidos que são proprietários do grupo GPS, onde se incluem, no concelho de Mafra, os Colégios de Santo André e Miramar.
Os 5 administradores detidos terão utilizado mais de 34 milhões de euros, “pagos ao grupo no âmbito dos contratos de associação com o Estado, principalmente através de seis empresas-fantasma controladas por eles” para pagar viagens, cruzeiros, carros, jantares, vinhos e seguros pessoais e até bilhetes para o mundial de futebol de 2006.