A Câmara Municipal de Mafra e o Agrupamento de Associações Humanitárias do Concelho de Mafra (bombeiros de Mafra, Ericeira e Malveira) celebram protocolo que visa “reforçar as entidades do sector social e solidário com indivíduos treinados e especializados, que vêm diretamente dos três corpos de bombeiros do município de Mafra. Estes bombeiros irão colaborar diretamente nas instituições, em defesa das condições de vida e em prol da saúde dos utentes”.
A Autarquia disponibilizará uma verba de 100 € (Cem euros), por elemento, por doze horas diárias (esta verba será disponibilizada durante o período de trabalho, assim como o período de confinamento necessário), como apoio à disponibilidade dos três Corpos de Bombeiros para integrarem as equipas de funcionários das ERPI [estruturas residenciais para pessoas idosas] do município.
Os bombeiros passarão a prestar apoio aos lares de idosos e a outras estruturas sociais, de modo a “manter o número mínimo imprescindível de prestadores de cuidados e outro pessoal de apoio, o que constitui um obstáculo à prestação de cuidados, designadamente, de saúde aos utentes das estruturas“.
Esta medida parece ser uma adaptação local da medida adotada pelo governo, que levou a Segurança Social a criar 18 brigadas de emergência para reforçar o apoio aos lares de idosos mais afetados pela pandemia.
Fontes contactadas pelo Jornal de Mafra mostraram-se preocupadas com o desvio de bombeiros para o apoio aos lares, na medida em que isso poderá significar uma redução importante no grau de prontidão dos bombeiros. Por outro lado, a constante necessidade de subsidiação dos bombeiros, por parte das entidades públicas, coloca a questão de saber, até que ponto é que não seria logística, operacional e financeiramente mais adequado, e mais transparente do ponto de vista político (as administrações dos bombeiros são muitas vezes presididas por presidentes de junta) transformar os bombeiros voluntários (que são cada vez mais corpos profissionalizados) em sapadores municipais.