Mafra | Associação que suporta os Bombeiros de Mafra com nova direção desde 26 de junho

A associação que suporta os Bombeiros de Mafra (BVM) (Corpo de salvação pública-bombeiros voluntários de mafra-associação humanitária de bombeiros) foi a votos na última sexta feira 26 de junho. A Assembleia Geral da associação debruçou-se sobre as contas de 2019, ratificou uma proposta de aquisição de uma nova viatura de transporte para doentes não urgentes, uma importante fonte de receita dos bombeiros e elegeu os seus novos órgãos sociais.

No concelho de Mafra, os chamados bombeiros voluntários são maioritariamente profissionais, de resto, como ocorre em todo o concelho e no resto do país, e se virmos bem as coisas, como não podia deixar de ser, nestes tempos.

Os bombeiros, que no caso dos de Mafra, até se designam a si mesmos de “Corpo de Salvação Pública” exercem atividades ligadas ao bem estar público, atividades essenciais ao funcionamento das sociedades, tal como as polícias ou os organismos do serviço nacional de saúde. Não se entende porque é que os bombeiros não têm uma gestão transparentemente pública, sem que as suas direções sejam lugares de passagem de militantes dos partidos que estão no poder na região ou no concelho em que as associações de bombeiros exercem a sua humanitária atividade de “Salvação Pública”.

A bem da transparência, até porque recebem subvenções públicas, as contas das associações de bombeiras deviam ser sempre divulgadas publicamente. Pelas mesmas razões, a sua forma de organização e de financiamento e a forma como são eleitos/designados os seus corpos gerentes, deviam ser claros, transparentes.

Ou estas instituições são transparentemente geridas por entidades públicas (nacionais ou locais) ou são diretamente eleitas pelos seus associados, sem interferências políticas, sem que constituam lugares de passagem de militantes dos partidos que estão no poder na região ou no concelho em que as associações de bombeiros exercem a sua atividade.

Mesa da Assembleia Geral

Aparentemente a lista agora eleita tem um forte pendor político, um forte pendor partidário, senão, vejamos.

Assinala-se o regresso de um ex-presidente da Direção doa BVM, António Ramalho Pereira, também ex-presidente da Junta de Freguesia de Mafra e atual Presidente da Assembleia de Freguesia de Mafra. António Ramalho Pereira terminou o seu mandato nos BVM em 2014, num momento particularmente difícil para a associação, havendo bombeiros com os salários em atraso. Foi então substituído por João Henriques Mesquita, à altura, também a exercer funções políticas na Assembleia Municipal de Mafra.

José António Oliveira Costa, agora eleito 2º secretário da Assembleia Geral é funcionário da Câmara de Mafra e Presidente da União das Freguesias de Enxara do Bispo, Gradil e Vila Franca do Rosário.

António José Nogueira Galambas foi tesoureiro da Junta de Freguesia de Mafra eleito em 2017, como independente pela lista da atual maioria, não tendo, no entanto concluído o mandato.

André Filipe Sebastiâo Rodrigues e Davide Jorge Duarte Gomes são membros da Assembleia de Freguesia de Mafra.

Domingos João Rodrigues, em 2017 foi candidato à Assembleia Municipal na lista da atual maioria.

Tiago Manuel Ferreira Alves candidatou-se em 2017 à Assembleia da União de Freguesias da Igreja Nova e Cheleiros, por um partido da oposição.

Por razões que permanecem desconhecidas (as sessões de câmara e de assembleia municipal tem sido fechadas ao público e à comunicação social), a fazer fé na composição que os BVM publicaram, o Vice-Presidente da Direção será escolhido diretamente pela Câmara Municipal de Mafra.

De qualquer forma, parece líquido que as direções dos bombeiros de Mafra têm um forte pendor politico.