Foi aprovado na ultima em reunião de câmara a concessão de um apoio financeiro suplementar aos Bombeiros do concelho de Mafra, destinado à aquisição de Equipamentos de Protecção Individual (EPI’s).
Segundo a câmara municipal, este apoio torna-se necessário uma vez que “alguns do EPI’s existentes nas corporações do nosso concelho já atingiram o seu prazo de validade não podendo, por isso, ser utilizados” e como a utilização deste equipamento é como “uma linha de defesa e proteção” dos bombeiros “perante situações de risco” e que com eles “reduzirá, em muito, a possibilidade de ocorrência de danos físicos aos bombeiros” .
O subsídio, no valor de 30.000,00€ (trinta mil Euros) será entregue ao Agrupamento de Associações Humanitárias do Concelho de Mafra e será distribuído de forma “igualitária pelas Associações Humanitárias de Mafra, Ericeira e Malveira”.
O apoio público aos bombeiros, seja a nível central, seja a nível local, é fundamental para que as corporações possam desenvolver cabalmente a sua actividade. Na realidade, bombeiros voluntários é coisa que já não existe há muito tempo, e ainda bem. Nos dias que correm, ser bombeiro, médico, militar profissional, agente das forças de segurança, engenheiro civil ou enfermeiro, não se coaduna com voluntarismos; para que a actividade destes profissionais seja segura para eles mesmos e para as populações que servem, todos eles são profissionais, devendo dispor de níveis de formação capazes de transformarem as suas actividades em trabalhos de excelência.
Nestas circunstâncias, algumas questões devem ser colocadas. Justifica-se a existência de três corporações de bombeiros no concelho de Mafra? Não seria mais eficaz, mais barato e mais lógico, concentrar o comando e a gestão destes meios técnicos e humanos numa só estrutura? Será que a gestão politico-partidária de estruturas como os corpos de bombeiros, não acaba por desvirtuar a sua missão, por tornar o serviço mais caro e menos eficaz? Será que estes profissionais (referimos-nos aos bombeiros, não aos comissários políticos que acabam por constituir as suas direcções) são sempre pagos condignamente e a horas? Será que a formação que as suas direcções lhes proporcionam está de acordo com o actual estado da arte? Não poderia, a sociedade civil do concelho, fazer mais por estas instituições, evitando que elas tivessem de estender, tantas vezes, a mão à caridade?