Legislativas 2019 | Concelho de Mafra -Análise dos resultados por freguesias
Seguindo uma tendência que já tinha sido expressa nas eleições europeias [PS-30,08%/PSD-21,79%], o partido de António Costa, acompanhou no concelho de Mafra [PS-35,34%/PSD-26,55%] a expressão de subida que se verificou no resto do país [PS-36,65%/PSD-27,90%].
Se compararmos a performance dos dois partidos no concelho de Mafra, com as eleições legislativas de 2015 (ressalvando que em 2015 PSD e CDS-PP concorreram juntos), encontramos o seguinte quadro:
2015 | 2019 | |||
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PARTIDOS | VOTOS | % | VOTOS | % |
PPD/PSD-CDS-PP | 15 435 | 40,87% | – | – |
PSD | – | – | 10 190 | 26,55 |
PS | 10 505 | 27,81 | 13 566 | 35,34 |
Freguesia da Encarnação
A única freguesia onde o PSD venceu, tendo obtido uma vitória destacada tendo, no entanto, registado uma quebra significativa de votos (428) em relação a 2015. Nesta freguesia o partido Aliança alcançou 1,5% dos votos expressos.
Freguesia de Mafra
O PS vence com uma diferença de 959 votos. O PSD cai aqui 13,45 % em relação a 2015. O PAN mais dos que duplica a sua votação anterior.
Freguesia da Ericeira
Com uma queda de 38,22% para 26,51%, o PSD não consegue acompanhar o PS, que passa de 29,18% em 2015, para 34,49% em 2019, embora com um crescimento de apenas 280 votos em relação às legislativas de 2015.
União das freguesias de Malveira e São Miguel de Alcainça
O PSD experimentou aqui uma queda de 15,05%, correspondente a menos 464 votos, enquanto o PS recupera 352 votos. O BE embora diminuindo a sua votação mantém percentagem de dois dígitos.
União das freguesias de Venda do Pinheiro e Santo Estêvão das Galés
Aqui, a quebra do PSD atinge os 14,12%. O partido Chega alcança quase 3%.
No concelho, o PAN manteve-se atrás da CDU, embora a diferença entre as duas forças partidárias se cifre numa diferença de 0,22% (85 votos).
O BE, um partido político que “desertou” no concelho, tendo-se limitado, nestas legislativas, a uma ação de campanha no concelho, da qual não informou a imprensa local, obteve aqui 3 531 votos, correspondentes a uns cómodos 9,20%.
O CDS-PP, grande derrotado destas legislativas, em que só conseguiu 5 deputados, obteve no concelho 3,86% dos votos, correspondentes a 1.482 votos. A queda dramática do CDS-PP já provocou a saída de Assunção Cristas, circulando nos meios políticos, a ideia, que o partido poderá vir a fundir-se com o PSD.
Supomos que seja grande a tentação do PS, de olhar para estes números e tentar transpor, mesmo que de uma forma mitigada, esta realidade para eleições autárquicas. No entanto, como sabemos, trata-se de duas realidades completamente diferentes. Nas legislativas competiu Rio com Costa, se quisermos personalizar as coisas, sendo que esta análise personalista, não será assim tão despropositada em relação às autárquicas, uma vez que também nessas eleições, as personalidades, os historiais e os meios disponíveis aos cabeças de lista desempenham um papel fulcral.
Acresce que, as eleições autárquicas serão daqui a 2 anos, sendo que muita água passará ainda por baixo destas pontes, quer em termos de conjuntura nacional (e internacional), quer em termos das atividades desenvolvidas no concelho, quer pelas oposições, naturalmente limitadas, quer pelo partido maioritário, que seguramente assegurará o 3º mandato de Hélder Silva. Resta saber, se com mais ou menos votos do que aqueles que alcançou em 2017, com mais ou menos vereadores, com maior ou menor latitude para designar sucessor no final da legislatura autárquica que se iniciará em 2021, ou mesmo antes disso, se a situação politica, dentro e fora do PSD, para isso se mostrar propícia.