Criada em 1747, com uma área de cerca de 1 200 hectares, a Real Tapada de Mafra era um local privilegiado de lazer e de caça dos monarcas portugueses e da sua corte, servindo ainda para fornecer lenha ao Convento/Palácio da vila.
Cercada por um muro com uma extensão de 21 Km “foi dividida em três partes separadas por dois muros construídos em 1828”. Actualmente 360 hectares estão sob administração militar e 833 hectares são a “Floresta Encantada”.
A Tapada Nacional de Mafra (TNM) é um exemplo de Biodiversidade autóctone, onde podemos encontrar:
- 26 espécies de mamíferos
- 72 espécies de aves
- 11 espécies de anfíbios
- 15 espécies de repteis
- 16 espécies de macrofungos
- 88 espécies de plantas, das quais mais de 21 são árvores e arbustos.
No caso da Fauna, os bosques, pastagens, matos e linhas de água, existentes na Tapada de Mafra são locais ideais para um grande número de espécies animais, como gamos, veados, javalis, a águias-de-Bonelli, bufos-reais, tritões, salamandras e rãs, ou como o Morcego de Bechstein ou o Morcego pigmeu.
Não são só de gamos e javalis vive a Floresta Encantada, por ali vive há mais de 25 anos, um casal de Águias de Bonelli, e este ano, tal como vem acontecendo foram pais estando a cria bem, a ser bem alimentada e saudável.
Outro exemplo da diversidade da tapada é o Morcego de Bechstein – pequeno mamífero com estatuto de conservação em Perigo de Extinção – espécie identificada na floresta da TNM, tendo sido detetada uma colónia (uma das três identificadas em Portugal), que “dada a sua frequência ao longo do ano, podemos concluir ser residente”.
Algumas das espécies mais representativas da flora nacional existem na Tapada Nacional de Mafra. O eucalipto, o sobreiro, o pinheiro bravo e o pinheiro-manso são algumas das árvores mais comuns, mas na Tapada de Mafra também se podem encontrar o castanheiro, o azinho, o zambujeiro, o pilriteiro, o choupo, o ulmeiro, o salgueiro, o freixo e o carvalho-português.
É possível ainda encontrar 15 espécies de arbustivas, das quais de destacam a urze, o tojo, a aroeira, o carrasco e o trovisco, entre outras.
Em termos de geologia a TNM possui vários substratos rochosos que se encontram associados a uma evolução geológica rica e diversificada.
A maioria das rochas expostas datam do Cretácico inferior, com uma idade entre os 130 e os 140 milhões de anos.
Denotam-se uma complexa rede de deltas, observando-se várias figuras sedimentares, leitos argilosos de menor energia alternando com leitos de conglomerados e brechas de alta energia.
São ainda evidentes na morfologia e no relevo da Tapada, as intrusões vulcânicas, filões e 3 chaminés vulcânicas que ocorreram no cretácico superior entre 83 e 66 Milhões de anos atrás.
O ponto mais alto da Tapada, com 357 m de altitude, corresponde a uma das chaminés vulcânicas, tendo-se diferenciado das rochas envolventes por séculos e milénios de erosão diferencial.
Em termos de macrofungos, várias variedades de cogumelos, na sua maioria não comestíveis, são fáceis de encontrar na tapada.